Todas as vozes em uníssono
Imagem de http://lucienefelix.blogspot.pt/2011/12/o-mito-de-sisifo-o-que-voce-faz.html
Sísifo foi condenado a transportar um rochedo para o cimo de uma montanha
mas, quando chega ao topo, o rochedo voltava a rolar
em direção ao sopé e Sísifo volta a levá-la para cima, isto até a consumação dos séculos.
Este é o futuro que estão a destinar aos portugueses
Se nos recordarmos das intervenções de jornalistas, politólogos, comentadores, economistas e outros afins, e, se percorrermos os comentários surgidos na imprensa da altura em que foi lançado o primeiro pacote de austeridade, já no tempo de Passo Coelho, em que os primeiros e os únicos a serem diretamente lesados nas suas remunerações foram os reformados, pensionistas e funcionários públicos, confirmaríamos a concordância que então se gerou em volta desta medida que então, diziam, ser uma necessidade absoluta para a diminuição do défice e da despesa pública. Em termos meramente financeiros até se pode aceitar esta medida. Contudo, naquela mesma altura, escrevi alguns comentários “online” em alguns sites de informação e notícias onde afirmava que a maioria dos comentadores e alguns jornalistas se mostravam favoráveis àquelas medidas, ao mesmo tempo que muitos trabalhadores do privado eram também favoráveis. Afirmei num “post” deste blog, sob o título “Governação e coesão social em tempo de crise”, que este governo estava a destruir e a pôr em causa a coesão social.
Alguns dos senhores jornalistas, especialistas em economia (por exemplo o Sr. Camilo Lourenço) que, na altura, defendiam no todo as medidas de austeridade então tomadas, hoje, não sabemos, com clareza, se defendem ou não estas novas medidas, no todo ou em parte, embora, demagogicamente venham dizer que têm muita pena dos reformados! Afinal até gostaríamos de saber, no caso cocreto do mencionado jornalista, a sua posição sobre o aumento da taxa social única para trabalhadores privados e sobre a transferêcia em parte e diretamente para as empresas. Por favor, mais teoria económica e propaganda do ministério das finanças para totós não! Isso só cria confusão nas pessoas.
Ah! Afinal também está contra a TSU e a subida do IRS ou não? Parece que "nim". Pela entrevista sobre o assunto na RTP Informação parece-me que "nim", mas que também. Mais uma vez economia para "totós". Deixemo-nos de tentativas de educação do "proletariado como dizia Mao Tse Tung e de revoluções culturais que vão falhar, isso já lá vai há muito e ainda bem!
O que vemos agora independentemente da validade ou utilidade ou não das medidas que o governo pretende tomar? Vemos muitos daqueles senhores que apoiaram na altura, em uníssono, as medidas do governo, estão hoje, através dos mais variados argumentos técnicos, totalmente contra a tomada destas novas medidas porque, e falando em bom e popular português, lhes estão a ir ao bolso, quer dizer, ao de todos nós! Estou de acordo? Não, obviamente! Serve apenas para esclarecer que, nos dias que correm, o que é dito hoje pode já não o ser amanhã sempre que somos afetados com medidas com que não contávamos. Agora será bom que funcionários públicos, reformados e pensionistas também apoiem uma “luta” que agora já não é apenas deles mas de TODOS nós.