Telhados de vidro e chuva em casa
É costume o povo dizer que "enquanto o pau vai e vem folgam as costas", acrescento, do Governo, o que poderá ser traduzido por: o Partido Socialista, especialmente os adeptos de António José Seguro, estão a dar uma ajudinha aos partidos do Governo para que ganhem as eleições legislativas em 2015.
Só faltava agora quatro ex-dirigentes do PS virem também contribuir para a divisão do partido com um manifesto em defesa de Seguro adotando os mesmos argumentos que o PSD e o CDS utilizam como oposição aos socialistas. Não sei como é que aquelas individualidades querem que o partido ganhe as próximas eleições. Entrando no jogo dos partidos do Governo talvez…
As declarações daqueles socialistas são tiros nos pés do próprio partido e são o replay do que temos ouvido por elementos do PSD e comentadores da sua proximidade. Afirmações como "os mesmos que conduziram Portugal para o desastre" que têm sido pronunciadas pelo PSD para atacar o PS são agora proferidas por alguns, poucos, dos seus militantes como arma de arremesso a António Costa. É de lamentar.
Por sua vez José Seguro, atual Secretário-geral do PS, faz afirmações que são do domínio da impossibilidade. Como é que pode garantir que não teria assinado em 2011 o memorando de assistência externa, sabendo ele, se é que alguma vez soube, das pressões exercidas sobre o governo na altura. Ou será que, se fosse primeiro-ministro na altura, faria o mesmo que Passos Coelho fez até agora?
Atirar pedras ao telhado de quem vive na mesma casa em nada resolve qualquer problema e apenas serve para deixar entrar água na própria casa.