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Crítica e opinião sobre quase tudo. Um olhar posto ao correr da pena com origem em fontes informativas fidedignas. Política, Comunicação, lifestyle, sociologia, ambiente, trabalho, migrações e tanto mais.
Os covidiotas que se manifestam contra as restrições devidas à covid-19 e contra as vacinas têm sido alvo de chacota e o mais grave é que colocam-se a eles, e aos outros, em risco. A inconsciência chega ao ponto da tontice.
Imagem País ao Minuto
Segundo o jornal online Notícias ao Minuto e de acordo com informação, avançada pela TomarTv, um dos organizadores da Manifestação Mundial pela Liberdade, que se realizou no passado sábado, em Lisboa, está infetado com o SARS-CoV-2. Testou positivo à Covid-19 na segunda-feira, menos de 48 horas após a manifestação.
Ainda sobre a manifestação e segundo a TomarTV a "atriz da famosa série Inspetor Max está a ser arrasada nas redes sociais, muitos são os internautas que acusam a atriz de dar um mau exemplo, estando sem máscara numa manifestação contra o confinamento onde o distanciamento social não foi cumprido".
Imagem TomarTV
Entretanto a atriz Sandra Celas reagiu nas suas redes sociais, defendendo-se das críticas que recebeu, afirmando que “conhece muito bem a lei” e que “na rua ninguém é obrigado a andar de máscara” (!!??). No meio de um aglomerado de covidiotas pergunto: isto é para rir já ou esperar para depois?
Sobre a dita manifestação vale a pena ouvir o podcast de Manuel Cardoso "Pão para Malucos"que passa na Antena 3 com o título "Os 3000 chico-espartanos" publicado em 22 Mar 2021 e que pode escutar clicando na imagem.
Em democracia e em situação de gravidade como aquela de pandemia em que vivemos que coloca em perigo a saúde e a vida de pessoas e quando é necessário tomar medidas mais drásticas de proteção da população surgem por aí uns nervositos com traumas, sabe-se lá de quê, ou porquê, a berrar em público: “Ai que Deus, ai que Deus, estão a querer limitar-nos as liberdades democráticas e a impor-nos regras de comportamento social! Vem aí o autoritarismo! Esses querem a desbunda mesmo que perigando a sua saúde e a de outros que os rodeiam mesmo sabendo que podem propagar surtos de infeção.
Ele são contra as máscaras, ele são contra a redução de grupos, eles são contra o fecho de bares e discotecas a partir de certas horas, (faltam-lhes os copos e shots), ele são contra a redução pessoas por grupo, eles são, enfim, eles são contra tudo quanto possa limitar os perigos de contágio alegando a liberdade democrática, que duvido saibam o que seja, o atentado das liberdades individuais, (reparem que utilizo o plural). Não mais do que alegações para se mantenha a continuidade do descomedimento ainda que, temporariamente, limitado.
Para os apoiar vêm uns senhores através da imprensa e do acesso que têm aos canais televisivos adornar argumentos baseados na constitucionalidade que não são mais do que retóricas para distração da perigosa realidade que vivemos, enquanto países como a França e na Bélgica, Reino Unido, Irlanda, entre outros já as tomaram, como por exemplo o recolher obrigatório. Situações graves requerem situações drásticas embora se deva ter também em vista a mitigação de custos para a economia e o emprego.
Não sei se alguém já se deixa convencer pelas balelas proclamadas por essas almas que, em manobras de fachada se dizem ávidas das liberdades e de que a democracia pode estar em perigo. Alguém se deixará convencer de que com o no nosso atual regime democrático e passado o perigo da pandemia as limitações continuarão a manter-se? Simplesmente ridículo! Essas almas que tanto se proclamam contra as medidas excecionais devem estar a pensar em alguns partidos que por aí andam, de quem são possivelmente simpatizantes, e que à primeira oportunidade, se deixarmos que a tenham para aceder ao poder, a limitam sem que para isso seja necessária qualquer pandemia. Para esses que estão preocupadíssimos com algumas restrições necessárias para salvaguarda da saúde pública e numa opção de escolha façamos a seguinte pergunta de retórica. Se estivesse em perigo a vossa vida devido a doença altamente contagiosa que os conduziria à morte o que escolheriam? Manterem-se expostos à doença mortal ou uma liberdade especificamente limitada, controlada e temporária para ajudar a combater a sua propagação.
Já sabemos a fuga à resposta: isso não tem nada a ver. Tem a ver porque é esse o caso e os números mostram esse mesmo risco que, podendo não ser mortal pode deixar, senão perdas de memória, dificuldades de linguagem e complicações psicomotoras. Problemas ainda por compreender perante a complexidade de um vírus que pode afetar a recuperação de, pelo menos, 20% dos pacientes tais como “perda de memória, dificuldades de linguagem e problemas psicomotores, as alterações cognitivas ainda por explicar na covid-19”, de acordo com artigo investigação muito recente, 18 de outubro, que pode consultar na fonte da informação ou aqui.
A 25 de Abril de 1975 cerca de seis milhões de portugueses souberam pela primeira vez na sua existência o agrado de saber o que era o exercício democrático fundamental de ter o direito ao voto.
Hoje no dia da comemoração da Revolução do 25 de Abril de 1974 resolvi ir vasculhar os meus arquivos relacionados com esta data histórica e encontrei um recorte do artigo publicado da Revista Expresso com o título “A sondagem secreta”, cuja data por lapso não anotei.
Achei interessante saber-se, muito antes de haver marketing direcionado para a política houve no final de 1974, como é que se manifestava então a vontade popular através de uma sondagem de opinião efetuada por uma instituição ligada ao grupo CUF, o CEAD, que, entretanto, desapareceu, perdendo-se o estudo com a desvario das nacionalizações.
A sondagem era inédita porque, pela primeira vez, incidia sobre as preferências partidárias dos portugueses e de quais era os preferidos para Presidente da República.
Esta sondagem procurava entrever a incógnita que eram as eleições por sufrágio universal direto e secreto para a Assembleia Constituinte. As eleições livres era um dos sérios compromissos do MFA – Movimento das Forças Armadas que tinha derrubado o regime de ditadura que vigorou em Portugal durante 41 anos.
No seu início e em finais de 1974 a revolução seguia caminhos incertos e sempre para a esquerda. Em dezembro de 1974 o poder político assentava cada vez mais nos militares onde despontavam claras divergências e o Governo Provisório que perdeu, entretanto, poderes era apoiado por quatro partidos PS, PPD (atual PSD), PCP e MDP dos quais se desconhecia a respetiva expressão eleitoral.
A sondagem apontava para uma nítida vitória dos partidos moderados, o PS e o PPD ficando-se o PCP e o MDP seu aliado com posições minoritárias e atribuía á direita, extrema-direita e á extrema-esquerda valores insignificantes. Outra conclusão antecipada foi quanto à abstenção que era quase residual.
O questionário continha 33 perguntas sobre problemas nacionais urgentes e foram questionadas pessoal e diretamente cerca de setenta e sete mil pessoas selecionadas aleatoriamente residentes no continente em trabalho de campo que ocorreu em dezembro de 1974.
Aqui vão algumas das principais conclusões do inquérito de opinião:
| Partidos | ||||||
PS | PPD atual PSD | PCP | MFA Não era partido nem concorreu | MDP | ANP partido único da ditadura | CDS | |
% de intenções de voto | 35,1% | 27,0% | 10,8% | 5,4% | 2,7% | 2,7% | Sem significado estatístico |
Acima da média encontravam-se partidos como o PS nos distritos da Guarda, Setúbal, Lisboa, Beja. O PPD sobressaía em Viseu, vila Real Braga e Porto. O PCP destacava-se em distritos como Beja, Setúbal e Évora. O CDS em Castelo Branco.
Menos de um quarto da população, 23%, participara em comícios ou sessões de esclarecimento.
Sem eleições a população não sabia que rumo seguir
| SIM | NÃO | Indecisos |
Se não se realizassem eleições o povo sentia-se enganado | 49% | 13% | - |
Tencionavam ir votar | 83% | 5% | 12% |
| Maior liberdade | Mudança de governo | Fim da guerra no Ultramar |
Na sua opinião qual foi a mudança mais importante depois do 25 de Abril? | 21% | 10% | 9% |
Acha bem ou mal | Bem | Mal |
Aumento dos salários | 88% | 3% |
Libertação de presos políticos | 85% | 2% |
Prisão dos agentes da PIDE | 80% | 3% |
Dar independência aos povos de África | 78% | 4% |
Os sindicatos ganharem força | 64% | 3% |
Abertura de relações com os países comunistas (na altura) | 62% | 9% |
|
|
|
Haver possibilidade de divórcio | 57% | 27% |
Portugal pode tornar-se um país comunista | 46% | 21% |
Problemas entre trabalhadores e patrões podem ser resolvidos sem greves | 72% | 2% |
| Mais | Menos |
Empresas do Estado são mais eficientes | 33% | 14% |
Acredito mais na iniciativa privada do que no Governo | 10% | 37% |
O Governo fez bem em dar independência aos territórios ultramarinos | Bem | Mal |
81% | 4% |
| Europa | EUA | Rússia |
Junto de que países Portugal podia obter maior auxílio? | 25% | 20% | 13% |
| Sim | Não |
Portugal devia manter-se no Ultramar se fosse possível acabar com a guerra | 51% | 23% |
A quem deviam pertencer as terras | |
Aos seus proprietários | 45% |
Aos que nelas trabalham (Maioria verificou-se nos distritos de Beja e Setúbal) | 30% |
Cooperativas agrícolas | 7% |
Ao Estado | 5% |
Resultados reais das eleições
Que partido gostaria que ganhasse |
| Em quem vai votar | Resultado real das eleições (1) |
PS | 44,2% | 35,1% | 37,9% |
PPD (PSD) | 32,7% | 27% | 26,4% |
PCP | 11,5% | 10,8% | 12,5% |
MFA | 5,6% | 5,4% | Não era partido |
MDP/CDE | 1,9% | 2,7% | 4,1% |
CDS | 1,9% | - | 7,6% |
UN/ANP | - | 2,7% | Partido entretanto extinto |
FSP | Partidos formados após a sondagem | Partidos formados após a sondagem | 1,2% |
UDP | 0,8% | ||
MES | - | - | 1% |
PPM | - | - | 0,6% |
Nenhum | 1,9% | 13,5 | Outros partidos |
Num país que na altura não tinha experiência de inquéritos com finalidades políticas houve uma percentagem muito elevada de pessoas que não emitiram opinião sobre vários assuntos, devido à falta de hábitos democráticos e segundo os autores afirmaram especialmente no Alentejo os entrevistadores tiveram de ir acompanhados pela GNR.
Foi significativo o facto de metade da população desconhecer quem fizera o 25 de Abril.
Como tudo mudou até aqui!!!
Vivemos em democracia e queremos continuar a viver, apesar de haver ainda por aí uns “jarrões” empedernidos que estão a fazer tudo para acabar com ela. Querem a democracia deles, isto é, nenhuma!….
A minha pequena homenagem através de imagens
Um breve resumo do 25 de Abril de 1974
Algumas recordações do 25 de Abril em 2017 vão ficar por aqui. Este dia é também um dia para reflexão sobre o passado e para alguma autocrítica sobre as opções tomei. Concluí que ao fim de 43 anos de democracia e de eleições livres cometi três erros nos últimos sete anos por falta de análise criteriosa da situação política e partidária, o que me levou a tomar opções que depois verifiquei serem erradas. O voto não pode ser visto como algo sem importância, nem ser feito de ânimo leve porque os erros, por vezes, saem muito caros. Um deles, o último não terá sido por desconfiança e esta, às vezes, não é boa conselheira.
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“Deviam inventar uns esvaziadores de miolos para raparigas pralá de densas como eu.Uma máquina qualquer com uns tubos que podiam entrar pelos ouvidos e nos arrumavam o cérebro, aspirando o lixo, as ideias tristes, os medos e as angústias.”
Margarida Rebelo Pinto - "I'm in love with a popstar
in http://segredos_escondidos.blogs.sapo.pt/290401.html
Embora nem valesse a pena não resisti a fazer um breve comentário ao palavreado oco e sem qualquer sentido político que Margarida Rebelo Pinto nos trouxe na segunda parte do Telejornal da RTP1 de 22 de Abril.Vale a pena ver e ouvir.
Para ela a liberdade não nos trouxe nada a não ser que "antes do 25 de Abril não poderíamos estar aqui a discutir as questões da liberdade...". A liberdade para ela, não é sinónimo de competitividade, nem de riqueza económica, nem de produtividade. Para ela o 25 de Abril, pelo vistos, também não trouxe a liberdade económica. Pode concluir-se então que se pode cerciar a liberdade para que tudo ela enunciou seja realizável. Mas a verdade é que, sem uma das partes inerentes à liberdade, muitos dos seus escrito nem circulariam nem seriam publicados por aí.
Sugeriu, ainda que indiretamente, que parte do povo português é parolo porque, para ela, "é parolo atribuir funções ao 25 de Abril que de facto não teve...", e acrescenta que "Portugal teve um percurso igual ao daqueles que sendo pobres passam a querer imitar os amigos ricos e depois ficam endividados".
Pois é assim, ela tem razão porque de facto houve exageros, quer no Estado, quer nas famílias e nas empresas. Diga-se também que algumas das pessoas que quiseram imitar os ricos devem ter comprado alguns dos seus romances, (gasto perdulário!), que, de acordo com os meus gostos literários são de cordel. Comprar os seus livros deveria ser apenas previlégio dos ricos porque para os outros foi e é gastar dinheiro em coisas não essenciais. Enfim, para qual público se inclinará ela ao escrever, para os perdulários ou para os ricos?
É caso para perguntar: ondes estava Margarida Rebelo Pinto antes do 25 de Abril de 1974? Com menos de 9 anos com certeza?! Que vivências teve ela disso? Provavelmente nenhumas!
Claro que isto é apenas uma opinião! Haverá quem pense o contrário, o que é bom, porque democracia, liberdade e 25 de Abril é isso mesmo.
Estou mesmo a ver que muitas pessoas e fãs de Margarida Rebelo Pinto, ao lerem este "post", poderão apelidar-me de perigoso esquerdista. Cada um que pense o que quiser se lhe sobrar tempo...
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