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Rui Rio a esperança não morre e o sebastianismo nas eleições no PSD

27.11.21 | Manuel_AR

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A propósito das eleições diretas no PSD, independentemente de quem as ganhe, é fácil antecipar que, durante as próximas semanas, ouviremos falar de entrevistas e comunicações até à saturação sobre a derrota ou a vitória de um dos ainda candidatos.

Permito-me fazer um prognóstico sobre quem vai liderar o PSD, se Rio ou Rangel. Com a esperança de me enganar acho que Rangel será o ganhador. E, se o for, é válido o pensamento de quem considera que foram comentadores na maior parte da comunicação social que para isso contribuíram.

Para os militantes do PSD, se não a maioria, o partido está há cerca de seis   anos fora da governação do país, e a saudade é muita, e muitos dos seus boys anseiam por cargos. Muitos embarcam no mito tipo sebastianista, isto é, delírio sentimental e ideológico, para eles verdadeiro, embora racionalmente falso. O “passismo”, é o motor dos militantes e adeptos do PSD que os força a acreditar na personificação de Passos Coelho e do seu ideário em Paulo Rangel.

 Como também salientei no  blogue com o título “As eleições diretas no PSD que podem transformar-se em indiretas” Sousa Tavares escreveu no semanário Expresso: “Rangel recusa-se a dizer o que fará se ganhar sem maioria absoluta ou que lhe permita governar em coligação à direita ou o que fará se o mesmo acontecer ao PS; Rio diz que o interesse do país e da governabilidade está à frente do interesse do partido e, portanto, facilitaria um Governo do PS minoritário, esperando que o PS fizesse o mesmo a um Governo PSD minoritário.”

A grande diferença é que Passos Coelho quando primeiro-ministro era pouco palavroso, nada meloso, pouco demagógico, transmitia segurança mesmo a quem não aderia às suas ideias neoliberais e, sobretudo, não era propagandista de ideias falsas, fazia o que estava nos seus projetos mesmo sabendo que desagradava, ao contrário de Rangel cujo discurso é perigosamente demagógico e falacioso e vive num ideal só dele sobre o que acha deve ser será um opositor e um primeiro-ministro.

Desde então a verdadeira identidade política do PSD foi-se perdendo com o Governo de Passos em coligação com Paulo Portas sob supervisão da troika. Estava a reajustar-se com Rui Rio quando apareceram os antigos apoiantes das políticas de Passos como Luís Montenegro e, recentemente, Paulo Rangel que irá contribui para a lavagem daqueles anos que tem estado em curso, para gáudio dos nostálgicos passistas.