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A Propósito de Quase Tudo: opiniões, factos, política, sociedade, comunicação

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Reescrever a história recente

04.12.14 | Manuel_AR

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Abriu a época da campanha eleitoral do governo. As inaugurações para português ver já começaram. Fazem-se discursos e intervenções com as mentiras e deturpações do costume destinados aos desprevenidos, acríticos e clubistas partidários que continuam a votar, mesmo nas circunstâncias mais agrestes, no partido em que sempre votaram. São os ferranhos e os adeptos clubistas. Nada a contestar isso é democracia e ainda bem que assim é. Mas a democracia dá-nos também a virtude de não sermos acríticos.


Enquanto se fecham unidades de saúde públicas por este país fora é inaugurada uma unidade hospitalar privada em Vila do Conde. É bom que assim seja e que haja investimento na saúde, mesmo que privado, a questão não está na abertura desses hospitais, mas a de saber quem poderá ser utente destes serviços. Pela certa será apenas destinado a alguns privilegiados da população que tenha posses para tal, os outros, esses irão para os hospitais do SNS cada vez mais degradados e sem condições.


Passos Coelho pretende rescrever a história recente deturpando factos. Por muito que repita que o Governo salvou o Serviço Nacional de Saúde o que a realidade confirma é que o SNS funciona cada vez pior e está pleno de fragilidades como nunca se viu e que, quem frequenta as unidades de saúde e hospitais pode confirmar na prática.


Quem não tiver rendimentos ou pensões para frequentar hospitais privados o SNS não contempla o seu acesso. O SNS está a caminho, dentro de alguns anos, da situação em que se encontrava antes de ser criado. Uma das melhores conquistas que o pós vinte cinco de abril trouxe aos portugueses está em riscos de retornar ao passado triste dos anos 50 e 60 se nada for feito para o travar.


Uma amiga minha com formação superior emigrada no País de Gales e que levou a família, esteve à pouco tempo em Portugal e afirmou: "Não se pode estar doente neste país? Larguei em medicamentos da cáca perto de 50 euros. Como aguentam vocês? Há quase 5 anos que não gasto um tostão em medicamentos. Estou mal habituada. Fiquei chocada com os preços .".


É este o país no qual Passos diz que evitou o colapso do SNS.