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Parcialidade de um presidente

17.11.15 | Manuel_AR

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Uma breve referência ao que se passou em Paris. Foi um exemplo lamentável do terror praticado contra a democracia e as culturas europeias que causou indignação mundial. Que mais se pode esperar de quem não respeita a sua própria cultura e regressa a um estado de barbárie? Esperemos que estes atos de extrema violência não sirvam de pretexto para que alguns ditadorzecos que por aís andam comecem a gritar aos quatro ventos, agitando os papões da segurança, dando oportunidade para porem em causa a liberdade democrática.


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Vamos então voltar à nossa República começando pela expressão "ter dois pesos e duas medidas" segundo os Novos Dicionários de Expressões Idiomáticas – Português, Lisboa, Edições João Sá da Costa, 2006, «diz-se de pessoa que não usa de imparcialidade, isenção, equidade em seus juízos, atos, decisões», isto é, julgar de forma parcial duas situações iguais. Aquela expressão aplica-se na íntegra ao atual Presidente da República que tem demonstrado a sua aplicabilidade na prática corrente da sua política.


É o exemplar perfeito da falta de carácter político. Revanchista, tendência para ditador que, infelizmente para ele, não pode exercer como acha que deveria. Utiliza o poder que lhe foi concedido pelos eleitores para impor a sua vontade e do seu partido.


Nas suas intervenções proclamava a instabilidade governativa como prejudicial a Portugal sugerindo esse facto como prejudicial caso a coligação de direita não ganhasse maioria absoluta que agora parece ter deixado de ter qualquer importância. Num regresso ao passado relembra agora que ele, quando primeiro-ministro, e que no tempo de José Sócrates, que agora já serve de exemplo, também houve governos de gestão.


Ainda hoje numa missão de propaganda do ex-governo que protegeu voltou a elogiá-lo e regressou mais uma vez ao passado. Este Presidente não é mais do que uma pouca-vergonha para Portugal. Uma mancha na história da nossa democracia.


Os mercados, os credores já não são relevantes. Provavelmente, Cavaco Silva estaria interessado em que reconhecessem que havia instabilidade governativa para poder justificar as decisões políticas mal-amanhadas que viesse a tomar. Parece que os tais mercados não até hoje não o demonstram porque Lisboa dispara 2,5%. A melhor sessão desde as eleições. Isto também foi devido ao anterior Governo ou ao de gestão de Passos Coelho?


 Onde estão agora os superiores interesses da nação? O que diz e o que faz são antagónicos. "Agrei sempre…, mas sempre de acordo com os interesses superiores de Portugal...", proclama. Mas será? A prática não o confirma.


Cavaco Silva, enquanto Presidente, diz que não é político. Mas que afirmação mais disparatada. Não terá a função de Presidente da República, um dos órgãos de soberania, uma função também política. É um político até de mais agravado pelo seu partidarismo porque age como um Presidente partidário.