O que a oposição critica e irá resolver se for governo
Leio com agrado os artigos de opinião que Francisco Mendes da Silva escreve no Público e que algumas vezes já os publiquei aqui neste mesmo blogue o que não significa estar sempre de acordo com ele.
Desta feita, a tese de Mendes da Silva que cita um artigo de Vasco Pulido Valente no Expresso em fevereiro de 1978 parece-me ter uma lógica que algumas já manifestei, isto é, não basta dizer mal do Governo anterior, mas ainda em gestão, “o velho”, nas palavras de Medes da Silva e nele depositar culpas, é preciso mostrar propostas e soluções que modifiquem o que criticam no “velho governo”, tal como escreve: “Para se ter uma “teoria” sobre a indispensabilidade da troca de governo, não basta a demonstração de que as coisas estão mal e os incumbentes são péssimos. É necessário, em primeiro lugar, explicar que o que está mal é culpa do governo velho e, em segundo lugar, que o que futuramente possa vir a estar melhor só será produto de um governo novo”.
Sugere que “não basta a demonstração de que as coisas estão mal e os incumbentes são péssimos”, pressupõe-se que os incumbentes serão do Governo que está em faze terminal, o governo velho. Insiste que “não basta”, dizer que “as coisas estão mal e os incumbentes são péssimos”, mas que deve insistir-se na continuação das culpas do que é velho, o anterior governo, mas que se deve falar do que fará o governo novo.
Moreira tem alguma razão pois que o PSD, transformado em trio AD, pela voz do seu líder apenas fala sobre o “governo velho” sem dizer o que pretende fazer e melhorar com um “governo novo”, se ganhar as eleições.
Mais ainda, Moreira sustenta que as propostas devem ser mastigadas numa mensagem focada, condensada e repetitiva, que sintetize uma “narrativa” de algibeira, pronta a usar, oposta à do poder instalado.” Quererá dizer de prestidigitação, truques de algibeira, ilusão? Assim sendo, a campanha eleitoral passará então a ser um circo político com o qual não “se tenta cativar o eleitorado através da concisão e simplicidade das mensagens”. Ora este truque é o usado pelos partidos da extrema-direita pela demagogia e pelo populismo, e nós, os eleitores, não queremos isso.
Será que o “governo novo”, se for a AD ou qualquer outro, irá responder a tudo o que dizem estar mal no “velho governo”?