O País e as pessoas pelo primeiro ministro
Segundo uma sondagem da Universidade Católica a Aliança Democrática venceria se as eleições fossem hoje, mas a distância para o Partido Socialista não é muita, terá recebido alguns da Iniciativa Liberal que desceu um pouco e uns poucos do PS.
É o que se esperava. Depois de distribuir euros por tudo quanto movimentava e não movimentava, a euforia AD poderá sido desencadeada. É o bater de palmas de alguns, só de alguns, aqueles que o Governo pretende cativar para mais uns votinhos. Alguns pensionistas e reformados aplaudem os euros extra que já receberam, para eles é o milagre dos pães.
Há muitos outros que gratos ficaram pelas benesses concedidas a que mesmo aquelas a que tinham direito. Tudo propaganda no seu melhor. Daí o prémio de uns pontos dados nas intenções de voto. O anterior Governo PS não se pode escusar do que não fez e poderia ter feito em altura própria, oportunidades não lhe faltaram.
A palavra pessoas passou a ser utilizada nas intervenções de elementos do Governo, nomeadamente o primeiro-ministro e do seu propagandista oficial Leitão Amaro quando se referem a algo que fizeram ou dizem ter feito têm usado e a abusado da palavra “pessoas”.
Esta palavra que parece parafrasear a célebre frase de Bill Clinton: “É a economia, estúpido” a qual podemos substituir por são as “pessoas estúpido”.
Luís Montenegro parece estar a redimir-se e a fazer uma contrição do que disse em fevereiro de 2014, quando era líder parlamentar do PSD no governo de Passos Coelho que “A vida das pessoas não está melhor, mas a do País está muito melhor”.
Talvez por isso, Montenegro, agora nas suas intervenções, sempre que é oportuno refere a palavra “pessoas”. Vejamos alguns casos:
Discurso de encerramento do 42.º Congresso do PSD, o líder do PSD a prometia que o "foco no essencial foco dos problemas que afetam as pessoas…”. “Foco na condição de vida das pessoas e foco especial no apoio aos mais desprotegidos.”. (outubro de 2024).
Em maio de 2022 à pergunta feita pela LUSA “Se pudesse ser congelado hoje e acordar daqui a 500 anos, qual seria primeira coisa que ia querer saber?”: “Se aqueles que vieram a seguir a mim, os meus filhos e a geração deles, tinha, de facto, vivido com mais condições do que aquelas com que eu vivo. …Acho que o fim último da política é servir as pessoas, …”.
Numa entrevista à SIC a 8 de outubro de 2024 dizia “eu não governo a pensar naquilo que os partidos dizem no parlamento… eu governo a pensar nas pessoas”.
E, mais uma vez a 31 de outubro Luís Montenegro reagiu à aprovação do OE na generalidade afirmando que esta é uma proposta que “serve os interesses das pessoas e do país”, acrescentou neste caso a palavra país.
E, assim, lá se vai indo também com a ajuda do Ministro da Presidência Leitão Amaro, publicitário do Governo, que vai fazendo anúncios e peças de comunicação que, com algum atabalhoamento e falhas de dicção, divulga as iniciativas do Governo.