O nosso agente em Portugal Vitor Gaspar
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Recordo-me de um filme baseado na obra de Graham Greene, “O nosso agente em Havana”. Era uma comédia que tratava de um conflito entre regimes em Cuba que leva os serviços secretos ingleses a contratarem um inesperado espião: um vendedor de aspiradores à beira da ruína. Em Portugal também temos um agente infiltrado e o enredo é mais um drama do que uma comédia.
Têm chamado a Vítor Gaspar um agente da “troika” ou até um funcionário da “troika”. Mas penso que é muito mais do que isso, é um agente infiltrado da política alemã e do seu ministro das finanças Wolfgang Schäuble de quem é amigo e segue à risca as instruções de Angela Merkel que vai dizendo o que deve ou não ser feito em Portugal. É por isso que Vítor Gaspar, agente duplo, não altera em nada o rumo que está a seguir. Seguindo escrupulosamente as missões que lhe são incumbidas, prepara a sua carreira profissional para outros voos.
Em abril passado o ministro alemão das Finanças, em declarações ao Bayerischen Rundfunk, tv e rádio da Baviera - serviço público de radiodifusão, pediu novas medidas ao Governo português.
De acordo com o ministro das Finanças alemão, "Portugal tem feito grandes progressos nos últimos anos (...) e está prestes a ganhar acesso aos mercados financeiros", mas o país tem agora responder à decisão do Tribunal Constitucional com novas medidas.
É de notar que numa classificação liderada por Wolfgang Schäuble, em novembro de 2012, Vítor Gaspar deu um salto no “ranking” dos ministros das finanças realizado pelo “Financial Times”. De 18º, o ministro das Finanças português surge, este ano, na 10ª posição, logo atrás de três estreantes: Steven Vanackere (Bélgica), Vittorio Grilli (Itália) e Peter Kazimir (Eslováquia).