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O lado positivo da governação

05.12.12 | Manuel_AR



Hoje decidi escrever um “post” sobre medidas positivas do governo. Neste sentido, estava eu a pesquisar medidas positivas e de algo que me ajudasse a substituir pensamentos soltos por uma contagem das tais medidas positivas. Descobri então algo que não pertence de todo ao meu domínio de conhecimentos, que é o integral de Lesbegue, que desconhecia, o que é natural, porque já nem dos integrais me recordo.


Podemos, contudo, compreender o integral de Lesbegue através de um exemplo elucidativo que descobri num documento do Instituto Superior Técnico e que é o seguinte:


 


Uma forma simples de ilustrar a diferença entre o integral de Lebesgue e o de Riemann é a seguinte analogia.


Suponhamos que tínhamos um saco cheio de moedas de euro e que pretendemos saber a quantia que temos no saco. Podemos contar as moedas de duas formas distintas:


a)       Retiramos as moedas uma a uma do saco e vamos adicionando os seus valores;


b)      Agrupamos todas as moedas do saco pelos seus valores, formando um grupo de moedas de 5 cêntimos, outro grupo de 10 cêntimos, etc. Contamos as moedas em cada grupo, multiplicamos pelos seus valores e somamos;


A segunda forma de contagem (que corresponde ao integral de Lebesgue) é muito mais eficiente do que a primeira forma de contagem (correspondente ao integral de Riemann), embora ambas forneçam o mesmo valor.


Foi após esta descoberta que resolvi então escrever sobre os pontos positivos que este governo já implementou desde que está em funções. Utilizei então o método da alínea a) porque, o segundo método, o da alínea b), se tornava, neste caso, desnecessário devido à falta de conteúdo suficiente.  


Quase sempre se têm tecido apenas críticas sobre o governo, a alguns dos elementos da sua equipa e às suas medidas, descurando tudo o que de bom foi feito.


Dispus-me então a procurar e a refletir sobre o que de positivo já se fez durante o tempo em que este governo está em funções. Pensei, pensei e encontrei de facto medidas que não têm sido devidamente valorizadas e que contribuem para afetar diretamente o cidadão comum no seu quotidiano e melhoria da sua qualidade de vida e de existência enquanto ser humano e, consequentemente, o seu orgulho de ser português. Assim, vou elencar o que já de bom se fez e cuja mensagem tem sido fracamente divulgada pela propaganda do governo.


Comecemos pelas exportações, o cavalo de batalha do governo e dos seus comentadores e intérpretes. Muito positivo, o aumento significativo que se tem verificado das exportações. Temos no entanto que, para sermos rigorosos neste ponto, efetuar uma análise um pouco mais detalhada. De acordo com o gráfico que construí a partir de dados do Banco de Portugal, verifica-se que as exportações já vêm a crescer desde 1996. De qualquer modo é algo positivo continuarem a crescer. Mas observemos melhor a evolução através do gráfico que construí.





                                         Fonte: Banco de Portugal - Estatísticas de Balança de Pagamentos (BOP)


Outra fonte: PORDATA          


As exportações portuguesas têm crescido sistematicamente nos últimos 15 anos, o que contraria a versão oficial de crescimento das exportações como se fossem devido às políticas deste mandato. Existe uma tendência de subida sustentada desde 1996 apesar de se ter verificado, apenas em 2009, um decréscimo mas que recuperaram logo no ano seguinte, mantendo a tendência de crescimento intensificando-se sobretudo a partir de 2009. Note-se que a tomada de posse deste governo foi em 21 de junho de 2011.


De qualquer forma é uma avaliação positiva de acordo com a tendência evolutiva que já se verificava há muito. Não se sentiram ainda as consequências práticas a não ser a consequente redução no diferencial da balança comercial com o estrangeiro, o que, decerto é também positivo.


Outro elemento positivo em que este governo tem vindo a fazer um esforço são as mudanças estruturais na justiça, a não ser em alguns daqueles pontos que a troika obriga a fazer no memorando. Os cidadãos ainda não sentiram as consequências dessa transformação objetiva no sistema judicial. Claro que leva tempo. Esperemos pelos resultados. Tem sido mais fácil e levou menos tempo a destruir do agora a construir.


No que respeita à educação foi positivo o aumento da carga horária no português e na matemática. Tirando isto, nada de mais consegui descobrir em prol da melhor qualidade do ensino e na educação das crianças. De qualquer modo mais vale alguma coisa do que nada. A propósito disto, tive um professor na Universidade Pública, ainda no tempo em que se tirava um curso superior em cinco anos por mais experiência e cargos que se tivessemos, que dizia sempre, quando ao apresentarmos um trabalho de pesquisa nos desculpávamos pela falta de alguns dados por não os termos conseguido obter: Então trabalhe com os que tem. E acrescentava: “Sabe, vale mais termos mau hálito do que não termos hálito nenhum!”


Continuando no que de positivo este governo já fez, no que respeita à economia tem sido a tentativa de desenvolver e dinamizar a indústria mineira, ainda de forma incipiente, e a redução do IRC das empresas para captar investimento de tanto necessitamos mas de resultados práticos e efetivos ainda estamos par ver. Quanto a este ministério a propaganda oficial não lhe tem feito justiça, se é que há alguma coisa a salientar que esteja a modificar, para melhor, a vida dos portugueses.


Nos apoios sociais tentei descobrir à lupa algo positivo e acabei por descobrir, no Ministério do Trabalho da Solidariedade e Segurança Social, o aumento das pensões mais baixas, congeladas há muito, a autorização para os lares aumentarem o número da camas por quarto, que apenas veio beneficiar o negócio dos lares, sem que houvesse quaisquer controles e contrapartidas para os utentes. Outra iniciativa divulgada com muito orgulho foi a abertura de novas cantinas sociais, o que é um facto positivo, no sentido em que pode significar que, do ponto de vista deste ministério, é como se a qualidade de vida dos portugueses estivesse a melhorar.


Bem me esforcei por descobrir mais alguma coisa, mas não consegui. Haja alguém que me ajude, por favor, a encontrar algo que por ventura me tenha escapado!