Notícias e redes sociais
Quando são apresentadas notícias na comunicação social sobre algo que acontece hoje é dado como de facto fosse consequência do hoje. Explicando-me melhor. Muito do que acontece hoje em alguns setores, nomeadamente a saúde, é dado como de facto fosse consequência da governação atual, independentemente das correções que sustentadamente se tenham vindo a fazer.
Essas notícias que são lançadas agora, não apenas no setor da saúde, são dadas como sendo consequência do presente, e não a consequência do passado recente que foi o da Ex governação neoliberal de Passos Coelho. O que se desmantelou durante quatro anos e meio de Governo neoliberal não de reconstrói num ano, nem em dois, nem sabemos se em quatro, devido às restrições orçamentais.
A comunicação social quer fazer-nos acreditar que, o que se passa agora, é consequência do hoje, da governação atual. Não nos podemos admirar visto que a agenda mediática é ditada pela trupe neoliberal que cerrou fileiras em torno de Passos Coelho e que o mantem no poder do partido, senão, o que seria deles!
No tempo de Passos Coelho qualquer mínimo favorável nas estatísticas ou acontecimento positivo que foram muito poucos, diga-se, eram empolados e repetidos exaustivamente nos noticiários. Agora o que vinga é a procura do mau, sendo o bom divulgado com displicência. Depois há as redes sociais que replicam até à exaustão factos, notícias e acontecimentos falsos.
Veja-se sobre as redes sociais nos EUA o que escreve o New York Magazine:
“All throughout the election, these fake stories, sometimes papered over with flimsy “parody site” disclosures somewhere in small type, circulated throughout Facebook: The Pope endorses Trump. Hillary Clinton bought $137 million in illegal arms.”
Que, traduzindo, diz que durante toda a eleição, essas histórias falsas, às vezes dadas como inofensivas "paródias site", divulgadas em vários lugares, em letra de pequeno tipo, iam circulando pelo Facebook: O Papa apoia Trump. E, Hillary Clinton comprou US $ 137 milhões em armas ilegais.
E nós, aqui em Portugal, que as frequentamos, se não tivermos o devido cuidado de as confirmar pelos meios ao nosso dispor, corremos o risco de divulgar e replicar o que é falso, às vezes até ingenuamente.
Eu próprio já algumas vezes caí nessas armadilhas, mas creio que foram as primeiras e as últimas. As redes sociais são o media ideal para a informação e contra informação e também para uns, poucos, influenciarem pela desonestidade política e partidária, muitos outros. Opinião a que todos devemos ter direito é uma coisa, outra, é a mentira e a desonestidade utilizadas como arma política para influenciar, comportamentos e atitudes. Não foi por isso que Trump obteve a Casa Branca, mas ficou um aviso para a opinião pública americana.