Mentiras e promessas
Quando tivermos que fazer escolhas para as eleições europeias devemos tomar em consideração que elas são mais importantes para o nosso futuro do que aquilo que nos querem fazer crer. O DEO (Documento de Estratégia Orçamental) apresentado por este governo que, digam o que disserem, não é mais do que um PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento) mas para pior. Aquele documento já foi ou irá ser enviado para a União Europeia, como o foram, em tempos, os PEC. Desiludam-se aqueles que pensam que os cortes nas pensões e nos salários ficarão por aqui. Irá caber a vez ao setor privado, não através de cortes diretos, porque não o poderão fazer, mas outras medidas serão possíveis como por exemplo o aumento de taxas sobre o trabalho ou outras que possibilitem às empresas poder fazê-lo, justificando, a baixa produtividade, a falta de encomendas, os custos de produção e ameaça de insolvência.
Os valores dos salários em atraso, devido às mais diversas causas dispararam em 2013 mais de 66% que em 2012 o que corresponde a 36,5 milhões de euros.
A experiência tem-nos dito que em campanhas eleitorais todos os partidos fazem promessas que depois não cumprem, mas não há memória termos um governo que enganou os portugueses antes das eleições e está a continuar a enganá-los no presente com promessas que, sabe, à partida, não irá cumprir porque empurra para quem as vier a ganhar em 2015.
É um governo sem rumo cujo objetivo é reduzir os portugueses à penúria sem que haja qualquer estratégia que não seja a do empobrecimento. Mudaram o discurso mas os princípios e a ideologia neoliberal continuam, apenas estão adormecidos. Mostram-se agora com um cariz social adotando uma estratégia de esforço para tentar minimizar os sacrifícios dos trabalhadores, reformados e pensionistas. Logo que consigam captar alguns na teia que estão a tecer, após eleições, se as ganharem, lançam-se novamente qual aranha sobre as suas presas.