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Mecanismos de influência da opinião pública nas sondagens

21.07.22 | Manuel_AR

Opinião pública e sondagens.png

A formação e alteração de opiniões é feito através de mecanismos sociais e psicológicos por intermédio dos órgãos de comunicação social, também conhecidos por media, é raro provocarem mudanças de opinião. Há para alguns autores (Klapper) há um conjunto de mecanismos de formação de opinião que tende para a consolidação das opiniões preexistentes do público do que para a mudança de opinião. Estes mecanismos raramente atuam o que explica o facto de mudança de opiniões e de “conversão” a opiniões contrárias, isto é, mudanças de convicções, temporárias ou não, nos acontecimentos na área política. Estas mudanças de opinião parecem ser menores sobretudo nas passagens de uma opinião políticas ou partidária para outra sobre determinados fenómenos em que os media podem ter uma influência direta.

O recetor interpreta e adapta a mensagem ao seu contexto subjetivo, conhecimento e motivações, mas investigações têm demonstrado que a ação dos media na formação das opiniões de pessoas que não têm conhecimento ou motivações sobre um determinado assunto constataram que, sobretudo a televisão, afetava as ideias das pessoas sem conhecimentos prévios sobre um determinado assunto ou facto, mas não o das pessoas mais ou menos esclarecidas.

As possibilidades de condicionamento pelos media, se forem mobilizados por governos totalitários, como o de Vladimir Putin, por exemplo e, muitas vezes as mudanças que se vão alternando referem-se aos frustrados do sistema.

Condicionar sondagens para o lado que se pretende segue um processo muito simples que se relaciona com mudanças de opinião. Primeiramente começa-se pelos meios de comunicação social, televisão, imprensa e pelos seus colaboradores que fazem comentários e publicam opiniões. Para começar selecionam-se evidências negativas que possam ter impacto na opinião pública ainda que as mesmas sejam pontuais e suscetíveis de correção ou melhoria.

Responsabilizam-se pelas evidências ministérios ou pessoas e figuras do governo potencialmente envolvidas que possam ser menos gratas à oposição e aos media para serem sistematicamente criticados. Ao mesmo tempo convocam-se outros atores desejosos de protagonismo que comentem e façam oposição sobre o mesmo fazendo crer às audiências que não estão a fazer política e que são isentos.

Dá-se visibilidade a alguns protagonistas que passam desempenhar funções sindicais ou outras (ex. ordem dos médicos) e se mostram frente a manifestações anti ministros ou elementos do governo.

Diariamente repete-se a mesma matéria até à exaustão com algumas variantes de ocasião. Interrompendo-se sempre surjam outras notícias alarmantes que se sobreponham e as façam passar para segundo ou terceiro lugar no alinhamento noticioso até à recuperação do anterior tema logo que possível ou necessário. Por exemplo, durante os incêndios as referências à urgências de obstetrícia deixaram de estra em primeiro plano. Aparentemente parece que a matéria anterior deixou de ser importante. Logo após voltarão ao mesmo.

Fazem-se repetições exaustivas e desgastantes para os intervenientes e personalidades visadas. Uma ou duas semanas depois encomendam-se sondagens. Alguém tem dúvidas dos resultados? Convidam-se personalidades para entrevista nas televisões que possam ajudar a induzir as suas opiniões no público.

Está iniciado um processo de indução à opinião pública para os fins pretendidos: mostrar que o partido do governo está em queda e desgastado e que a oposição está em alta.

Estamos em democracia, não há dúvida, mas estes métodos são utilizados também em regimes totalitários. Numa democracia são aceites estes métodos desde que não haja interferência direta do poder na comunicação social. A formação da opinião pública de acordo com interesses vários atravessa todos os regimes.

Em síntese esta espécie de exposição seletiva serve para captar o público para critica e oposição podendo-se desta forma iniciar o desgaste e a oposição aos governos de modo a auxiliar também partidos da oposição a fazê-lo na luta partidária que possa levar num futuro mais ou menos próximo à ocupação do poder, através de eleições obviamente.

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