Imigrantes e o ato de perceber pelo cidadão comum
Mais uma vez a propósito de imigração. Quando alguém fala ou escreve sobre imigração, já excessiva para a dimensão do nosso país e que já corresponde a 10% da população autóctone, é de imediato considerado racista e xenófobo ou, na melhor das hipóteses, simpatizante do partido Chega.
Quando alguém faz uma crítica desfavorável ou contesta a entrada exagerada de imigrantes acusam-no de ser por causa da cor da pele ou outros disparates congéneres. É evidente que há racistas e xenófobos empedernidos que se baseiam na cor da pele, mas que não reagem quando as entradas são de “raça caucasiana”, terminologia que se baseia na teoria das raças há muito tempo desatualizada e contestada. A questão não é essa, mas sim o excesso de imigração que está a afrontar o país.
Peças jornalísticas, artigos de opinião e editoriais são publicados em alguns jornais defendendo a imigração, seja clandestina ou não, seja proveniente, ou não, de redes de tráfico humano, o que interessa é que é preciso imigrantes e que haja portas abertas. E repetem-se as justificações costumeiras, tais como Portugal precisa de imigrantes, nós já fomos um país de emigração, os imigrantes vêm contribuir para o rejuvenescimento demográfico porque o país está a envelhecer, etc., etc.
Provavelmente os que defendem, com tenacidade e determinação, a imigração (que está descontrolada) é porque não residem ou não frequentam bairros onde os imigrantes do Bangladesh, Paquistão e de outras nacionalidades, sobretudo muçulmanos, já tendem a este ritmo a super a população que habita nesses bairros. O caso de Arroios, em Lisboa, tem 92 nacionalidades em cerca de dois quilómetros quadrados.
Por outro lado, esquecem-se de que a mão de obra dos imigrantes interessa mais a alguns exploradores de mão de obra porque lhes pagam menos salário do que aos trabalhadores nacionais.
Hoje, o jornal Público, e mais uma vez, publica um artigo sobre um imigrante de sucesso e dizem outros irão seguir. Certo, são exemplos raros, de sucesso, mas que não justificam a crescente proliferação de imigrantes que abundam pelo país mais concretamente em alguns bairros de Lisboa onde de juntam como bandos.
Sempre podemos encontrar uma explicação para este tipo gregário, o que, nem por isso, deixa de ser preocupante. Assim, uma hipótese para este comportamento é devido à influência dos hábitos culturais e ou necessidades económicas que origina a visibilidade que se tem dos imigrantes em espaços públicos. O caso mais comum que pode servir como exemplo são os imigrantes do Bangladesh, mas haverá com certeza outros, que tendem a reunir-se em espaços públicos ou ao abrirem pequenas empresas que são mais visíveis e que, por isso estão mais presentes nessas áreas. Aqui parece residir o problema para os habitantes dessas zonas que vivem nesses locais há décadas e que vêm os espaços públicos a serem ocupados por gente de outras nacionalidades.
Muita daquela população procura o nosso país para usufruir de regalias que lhes são concedidas. Trazem as suas mulheres subservientes que permanecem nas suas casas e que apenas servem para aumentarem a sua prole, enquanto eles trabalham ou são proprietários de minimercados, lojas de telemóveis ou outro tipo de negócios que surgem uns ao lado dos outros.
Têm-se assistido a um aumento de lojas de “souvenirs” que conseguem abrir sem licenças específicas, o que dificulta o controlo. A maior parte das vezes localizadas lado a lado do mesmo ramo. Isto devido ao “licenciamento zero” que permite a imigrantes a abertura de estabelecimentos comerciais sem qualquer aprovação da autarquia e que Carlos Moedas diz querer quer acabar com esta legislação.
O fenómeno gera a descaracterização dos centros históricos e o aumento dos preços das rendas. Grande parte das lojas é gerida por imigrantes que veem nelas uma forma de permanecer legalmente em Portugal e uma morada usada para validar mais de 1.600 atestados de residência.
Segundo o Observador o “Crescimento estimado de imigrantes sem-abrigo em Lisboa é de 25%. Chegam do Brasil, Índia, Nepal, Marrocos, Gâmbia, Senegal, Angola e outros países e alguns deixaram para trás um trabalho no Alentejo.” Que ultrapassam o número de portugueses sem-abrigo, dados de há um ano.
Por outro lado, em 2023 nasceram na Maternidade Alfredo da Costa (em Lisboa) 1.647 filhos de mães estrangeiras, o equivalente a 43% dos partos. Destes 18% são filhos de mães oriundas da Índia, Nepal, Bangladesh e Paquistão e 10% filhos de mães africanas. Fonte: INE.
Há cerca de 500 mil estrangeiros registados na Segurança Social: cerca de 200 mil são brasileiros, 41 mil da Índia, trabalhadores nepaleses e bengalis são cerca de 20% do total. Fonte: BP.
Há falta de informação porque há algumas instituições públicas, que continuam sem partilhar os dados que recolhem, mesmo com quem investiga este tema. Porque será? As instituições mantêm dados trancados porque defendem que essa informação pode ser útil para combater narrativas populistas que existem em torno da imigração.
“Imigrantes, descendentes de imigrantes, fazem e farão parte da nossa sociedade”, escreve o Público, “são portugueses e, como qualquer português, para vencer na vida, precisam de ter condições de trabalho, de educação, de saúde, de habitação e, claro, não ser sujeitos a discriminação ou à exploração de redes criminosas”. Todavia milhares de portugueses têm emigrado, jovens incluídos, porque não encontram condições de trabalho e de habitação, saúde que está caótica com a ministra da Saúde deste Governo.
Diferentes grupos de imigrantes podem gravitar em torno de diferentes tipos de trabalho com base em competências, oportunidades e redes sociais. Por exemplo, enquanto muitos imigrantes africanos podem estar envolvidos em trabalho manual ou trabalho de construção, os imigrantes de Bangladesh não vêm a trabalhar nesta área, contudo podem encontrar oportunidades em minimercados.