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Hegemonia alemã e a perda de soberania de povos da UE

23.04.13 | Manuel_AR


 


 


 



Merkel defende o agravamento de sanções a países da zona euro que não cumpram os critérios de estabilidade, incluindo a perda de soberania. Se isto não é humilhação hegemónica para país como Portugal então o que é?


Será por acaso que em alguns países tentam fazer omparações com o passado alemão?


 



 


A Alemanha teve sempre projetos e ideais hegemónicos e de domínio sobre outros países e povos sustentados pelos mais variados pressupostos e pretextos. Duas guerras mundiais tiveram a sua génese com a Alemanha.


A construção europeia que começou com a Comunidade Económica Europeia e mais tarde com política da moeda única, foi um projeto que teve como objetivos unir a Europa, procura da solidariedade entre os povos e fazer face à concorrência económica por parte dos Estados Unidos da América. Na altura da sua formação não era suposto que países ricos quisessem oprimir e dominar os mais pobres. A prova está nos recursos financeiros, os chamados fundos europeus (FSE,FEADER,FEAMP,FEDER) que eram recebidos por estes países para o desenvolvimento das suas regiões mais deprimidas, para além dos QREN’s o último dos quais foi o QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007/2013, novo ciclo na aplicação dos fundos comunitários.


A mobilização do povo alemão pela Chanceler Angela Merkel, coadjuvada por outros países do norte, contra os países do sul, gastadores e preguiçosos, e a cruzada em favor da austeridade custe o custar, que alguns governos do sul apoiam, tem a ambição de dominação e submissão subtil através da opressão económica e financeira do povos.


Não somos contra uma austeridade sustentada e a prazo para tentar compor as finanças públicas. O problema é quando a austeridade é imposta para deixar países sem folego e sem capacidade de reação. A opressão dos povos não é executada apenas pela invasão territorial de exércitos, tem atualmente formas mais subtis através do controle económico e financeiro. Veja-se o caso de Chipre. Vergar e submeter países é, atualmente, uma das funções de alguns países da EU liderados pela Alemanha.


Angela Merkel rejeitou esta segunda-feira, 22, a ideia de que a Alemanha procura exercer a hegemonia na UE, dizendo que "A Alemanha tem por vezes um papel complicado porque nós somos a maior economia europeia (...) Mas a Alemanha agirá unicamente em concertação com os seus parceiros. A ideia da hegemonia é-me totalmente estranha". Porque será que Merkel teve necessidade de se justificar? Não costuma haver fumo sem fogo…


Mais grave ainda é a afirmação por ela proferida em que defende o agravamento de sanções a países da zona euro que não cumpram os critérios de estabilidade, incluindo a perda de soberania. Se isto não é humilhação hegemónica para país como Portugal então o que é?