Então demita-se a ministra
Se as ignições dos fogos postos não forem instantaneamente apagadas no momento por recursos omnipresentes;
Se as comunicações falharem por culpa das operadoras ou de quem as controla;
Se o instituto de meteorologia não consegue prever o imprevisível;
Se não houver em cada floresta; em cada aldeia; corporações de bombeiros permanentes;
Se no meio da noite; em local remoto; se inicia um incêndio e lá não estão bombeiros presentes;
Se a proteção civil não ocorrer no momento exato de cada fogo; mesmo no alto duma serra;
Se as ambulâncias não forem todas mobilizadas para todos os incêndios iniciados no dia;
Se há incendiários no país com propósitos bem determinados e eles não são detetados;
Se as florestas não estão limpas por responsabilidades várias;
Se não houver meios aéreos disponíveis em cada região onde se preveja ocorrer incêndios;
Se a ministra não estiver de imediato presente no local; logo no início de cada ignição;
Se a GNR não corta a eito todas as estradas quando houver um incêndio numa floresta;
Se não se contrata pessoal suficiente para que esteja presente nos locais onde um incêndio possa surgir;
Se nada disto está a ser feito, então sim, demita-se a ministra da Administração Interna.
PS: É bom recordar que em 2013 um incêndio devastou integralmente a serra do Caramulo. Uma bombeira de 24 anos morreu e pelo menos nove bombeiros ficaram feridos, um dos quais com gravidade, depois de terem sido cercados pelo fogo.
O ministro Miguel Macedo, na altura ministro da Administração Interna, demitiu-se? Não, apenas lamentou a tragédia.