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Em curso a substituição da AD por uma AnD?

27.02.24 | Manuel_AR

AD e PSD-Chega.png

Será que Passos Coelho foi dar a bênção à negociação da AD com o Chega, isto é, uma AnD-Aliança não Democrática?

Vejamos os factos:

  • Passos Coelho foi participar com Luís Montenegro no segundo dia de campanha da Aliança Democrática. O antigo primeiro-ministro discursou num comício da AD em Faro e Luís Montenegro agradeceu o “trabalho patriótico” nos tempos da troika.
  • Neste mesmo comício Passos Coelho deixou uma porta aberta para que o PSD faça acordos com o Chega. Ao fazer isso Passos Coelho atestou e validou uma abertura para que a chamada AD possa fazer uma negociação com o Chega, seja de que modo for. Aliás, esta atitude de Passos não é recente. Em novembro de 2023 Passos Coelho afirmava que o Chega não é um partido antidemocrático e que tem toda a legitimidade de existir.
  • Por diversas vezes, ao longo dos anos, André Ventura elogiou o antigo primeiro-ministro. Depois do comício da AD em Faro, que mais parece uma aliança unipartidária, Ventura deu um recado a Montenegro: “se me estiveres a ouvir, convida Passos Coelho mais vezes.” Afirmou ainda que “Em 20 minutos, Passos Coelho explicou a Montenegro como é que há dois anos devia fazer no PSD”.
  • Sobre isto como deve reagir Montenegro à porta que Passos Coelho deixou aberta? Claro que Ventura aproveitou, sem hesitação, a abertura dessa porta e disse “O que Pedro Passos Coelho disse hoje foi 'ponham os olhos no Chega'”.

Ficaram abertasportas para caso da AD ganhe as eleições termos uma aliança alargada com o partido Chega com uma maioria apoiada pela extrema-direita, arriscando-se e para o PSD perder a sua identidade.

Passos Coelho usou a palavra espírito da AD o que nos faz recuar a 1979, talvez até um pouco antes, 1973, digo eu!

As ideias de Passos sobre a política neoliberal a aplicar em Portugal não mudou. Ele será um fiel seguidor das suas ideias. A dúvida fica em saber se Montenegro também não as irá seguir. O que eles, da aliança PSD-AD, dizem antes das eleições é uma coisa, depois é outra. Se um Não é Não ao Chega pode passar a um SIM é SIM logo se verá. Há que se estar atento.