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Cavaco já não é uma força da natureza do PSD

21.05.23 | Manuel_AR

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Quando falamos em força da natureza referimo-nos a forças que existem na natureza como resultado de ocorrências naturais, não devidas a quaisquer causas externas e que estão fora do controle humano.

Muitos ainda acham que Cavaco Silva é uma força da natureza do PSD. Não. Não é. Cavaco é movido pela força da vingança e do ódio. Perdeu a noção da ética em política. A sua linguagem aproximou-se da usada pelo líder do partido da extrema-direita Chega, ou não estivesse André Ventura de acordo com o essencial do discurso de Cavaco Silva quando «defendeu que as palavras de Cavaco Silva foram certeiras por dizer “o óbvio”, e considerou que «Este Governo chegou ao fim, António Costa deveria ter a coragem de se demitir e é um Governo assente em mentira e em propaganda». Mas também acrescentou que a mensagem do antigo primeiro-ministro do PSD e ex-chefe de Estado «é também incompleta e incerta».

Cavaco Silva não é uma força da política pertence a um PSD, não é do centro-direita, nem do centro-esquerda como Pinto Balsemão sugeriu. Cavaco Silva é uma força da direita radical dentro do PSD, é um político que regressou do passado e pretende que o PSD o acompanhe e, para tal, empurra Montenegro dando-lhe ânimo para que, depois, fique aprisionado. Isto é, eu dou-te um empurrão, mas depois, quando eu disser farás o que eu quero.

O discurso de Cavaco Silva no 3º Encontro dos Autarcas Sociais Democratas, em Lisboa, veio dizer que Luís Montenegro está mais bem preparado do que ele estava em 1985 para ser primeiro-ministro, ao dizer que “O doutor Luís Montenegro tem mais experiência política do que eu tinha quando eu subi a primeiro-ministro em 1985, e está tão ou mais bem preparado do que eu estava”.

Mas, então, porque terá sido necessário vir alguém das profundezas do passado, Cavaco, dizer que era pior (em experiência política) do que é hoje um outro, no presente, Luís Montenegro? Seria inevitável e necessário que alguém viesse dizer que foi menos experiente do que outro, para valorizar outro, caso o visado não fosse, de facto, inexperiente?

Será isto fazer política séria?

De um político deveria esperar-se tudo menos que aja ao tremor do ódio, da vingança e da desforra motivada por causas políticas passadas. Cavaco é um político autoritário, vingativo, desconfiado, invejoso que não perdoa. É uma espécie de Salazar que recebeu formação em democracia e lhe sobreviveu e que utiliza as ferramentas por ela disponibilizada para a sua sobrevivência.

A linguagem utilizada no último discurso não faz parte do léxico de um político de nível superior. A sua linguagem é a de um arruaceiro que se encontra muito próximo de partidos da extrema-direita como o Chega a qual nem a extrema-esquerda usa.

As afirmações para que se acredite nelas careceriam de provas. Onde estão elas? Ofende, mente, insulta sem justificação, com palavras vãs que nada dizem. E os resultados das contas públicas e da macroeconomia que têm sido apresentados, que lhe eram tão caros, e a que tantas vezes aludiu no passado, lá no tempo de Passos Coelho?

Cavaco, durante estes anos após 2015 tem guardado ressentimentos desde que António Costa o encostou à parede com a possibilidade da formação parlamentar que, na altura, deu lugar à “geringonça”. Tal é demonstrado nos discursos muito pouco éticos, por serem muitas vezes de índole vingativa, mentirosos que nos últimos meses tem andado a proferir.

Cavaco propôs um guião para Montenegro. O mais importante foi o de «não falar de coligações pré-eleitorais». Ao dizer isto, Cavaco Silva deixou uma porta aberta para possíveis alianças ou coligações pós-eleitorais com qualquer partido, mesmo os da área liberal radical e da extrema-direita como o Chega. Aqui reside a dúvida: quem nos garante que no caso de eleições se não tiver maioria não fará coligações pós-eleitorais? Fica a dúvida.

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