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Bons ou maus intentos

11.05.15 | Manuel_AR


Se dúvidas houvesse sobre as intenções do Presidente da República para o prolongamento estratégico da manutenção do Governo com mais três meses de bónus dissiparam-se. O jornal Expresso avança a ideia que corre na Presidência da República é que confia que será inevitável um Governo baseado em acordos se não houver maioria absoluta.


Pretende impor um modelo forçado idêntico ao de alguns países europeus nomeadamente a Alemanha e outros países do norte. À troca negociações de pastas e de lugares os partidos seriam obrigados a governar de acordo com o modelo que o Presidente pretende impor aos portugueses. Impõe a sua vontade quando afirma que "O próximo Governo, seja qual for a sua composição, não pode deixar de ter o apoio maioritário da Assembleia mas, além disso, tem de assegurar uma solução governativa coerente e consistente pressupostamente para ele de direita e que tenha a garantia da "governabilidade e da estabilidade política", e justifica que é "algo decisivo para o país".


Torna-se evidente que estas declarações são para condicionar o voto livre dos portugueses nos partidos que pretende governem o país através do fantasma insegurança e do medo dos mercados. Uma forma de pressão sustentada no discurso da governabilidade e estabilidade política e nos "superiores interesse do país", e nos dele, digo eu.


Uma solução governativa "consistente" entre partidos diferentes pretende. Mas se a partir dos resultados das próximas eleições não houver condições para o que ele pretende? Não dá posse ao Governo e, ao modo de muitos ditadores, toma ele conta do recado? Estará a pensar numa espécie de golpe de Estado nos corredores de Belém? Ou será uma espécie de governo de iniciativa presidencial que transformará depois numa espécie de União Nacional do século XXI? E, tudo isto, três meses antes do término dum infeliz e inepto mandato?


Somos levados a pensar que pretende substituir o debate e o confronto político, a que chama lutas partidárias, por um Governo e um Parlamento uníssonos e onde exista uma oposição decorativa e sem voz.