Bombas e bombinhas
Os problemas da banca são uma espécie de bombas, minas e granadas com retardador de rebentamento que o governo do PSD e do CDS deixaram para trás e que estão agora a rebentar nas mãos do atual para os resolver.
Como podem o PSD e o CDS estarem agora a dizer que nada disto tem a ver com eles. O que nós, portugueses, os governados, não precisamos é que nos queiram fazer estupidamente parvos.
O PSD e o CDS não têm credibilidade, nem legitimidade, nem autoridade para falarem dos problemas da banca como se fosse o governo em funções que os tivesse originado. O atual governo está a resolver os problemas que esconderam ao longo de mais e quatro anos. A memória é curta, mas não tanto.
Naquele tempo, do PSD e do CDS, ouvíamos dizer que no sistema financeiro estava tudo a correr bem. Até para os seus amigos da “troika” que, infelizmente tiveram que nos emprestar dinheiro, era assunto sobre o qual nem se pronunciavam, talvez em conluio com o governo de então. Nem sequer utilizaram o fundo de capitalização como o fizeram Espanha, Irlanda e Itália. Na prática, o PSD e o CDS mais os amigos da “troika” não se mexeram para nos fazer crer que a austeridade era a mãe que resolveria todas as soluções do problema financeiro. Enganaram-nos!
Após a queda do BES criaram o Novo Banco, o banco bom e um banco mau que serviriam a salvação. Estamos agora a ver. O PSD, na altura, tinha na manga a solução perfeita segundo a “conversa”, que ia vendendo e que se verificou posteriormente ser gato em vez de lebre.
Não sou eu que o digo, está escrito no site do PSD o que o Passos disse em agosto de 2014.
"O que é essencial hoje é passar uma mensagem de tranquilidade quanto à solução que foi adotada. Ela respeita o quadro legal e, portanto, o Governo não deixou de a apoiar. E, em segundo lugar, é aquela que oferece, seguramente, maiores garantias de que os contribuintes portugueses não serão chamados a suportar as perdas que, neste caso, respeitam pelo menos a má gestão que foi exercida pelo BES”. |
“Não tenho nenhuma razão para pensar que haverá uma dificuldade maior na venda do novo banco. Em primeiro lugar, já existia interesse de outros bancos europeus pelo BES, o que significa que esse interesse com certeza aumentará, porque tudo o que era problemático, digamos assim, ou menos transparente, ficará do lado de um ‘bad bank’ [mau banco], e, portanto, não estará inserido neste novo banco que será colocado à venda”. |
O primeiro-ministro da altura destacou ainda a reação do mercado financeiro à decisão do Banco de Portugal, que até às 12:00, hora a que falou com os jornalistas, era “favorável” e “não penalizou nem os juros da dívida pública nem a cotação dos principais bancos que estão cotados [em bolsa]”,
“O que significa, portanto, que até ver esta solução que foi anunciada foi tomada pelo mercado como uma solução tranquila, que garante que a dívida pública não será afetada por esta operação. Saber depois se pode haver ou não em termos de défice algum reflexo, a senhora ministra das Finanças irá divulgar isso”. |
Mas também houve outros como Marco António Costa, que elogiava à solução encontrada pelo Banco de Portugal para "salvar" o Banco Espírito Santo através da criação de duas novas instituições: o Novo Banco, com os ativos bons e depósitos; o banco mau, com os ativos tóxicos como dívidas ao GES. Uma opção que, diz, é distinta das anteriores.
"Há uma diferença entre esta solução e as do passado. No passado, era o dinheiro direto dos portugueses que era injetado", referiu na aultura o Vice-Presidente Coordenador do PSD Marco António Costa.
"A solução encontrada pelo conselho de administração do Banco de Portugal, sendo inovadora, é aquela que evita o recurso a soluções do passado, que não se relembram como as melhores para o interesse nacional", continuou Marco António Costa.
Nos últimos anos, o BPN foi nacionalizado no Governo de José Sócrates qaundo o ministro das finanças era Teixeira dos Santos com uma fatura que ainda não se conhece, mas que se encontra na casa dos milhares de milhões de euros, mas também a Caixa Geral de Depósitos, o BCP, o BPI e o Banif receberam injeções de capital, ainda no Executivo liderado por Pedro Passos Coelho.