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Amigos para a vida e para o pior

05.03.25 | Manuel_AR

Trump e seus amigos.png

Há dois temas paralelos e importantes que têm estado presentes na comunicação social, um sobre a política nacional, com o primeiro-ministro Montenegro e as suas fracas explicações que quase estão a provocar uma crise política, outro sobre a política internacional e geoestratégica também importante para o nosso futuro e o da Europa.

Deixemos por agora o primeiro e vamos debruçarmo-nos sobre o segundo.  Curiosamente, embora sem novidade, é a simpatia que Donald Trump tem por líderes autocratas e ditadores e com os seus regimes políticos, o que é estranho num país que foi, durante décadas, exemplo de democracia liberal para todo o Mundo, mas que ainda há quem discorde.

Donald Trump teve relações notáveis com vários autocratas e ditadores em todo o mundo, para se saber quais os “amigos” que ele admira tracei num esquema a imagem dessas amizades.

Sobre as amizades com ditadores há provas confirmadas a partir de declarações ou entrevistas prestadas por Trump. Assim, elogiou frequentemente Putin e chamou-lhe “muito inteligente” e expressou admiração pelo seu estilo de liderança. Sobre Kim Jong Un da Coreia do Norte Trump descreveu a sua relação com Kim Jong Un como positiva, afirmando mesmo que “se apaixonaram” devido às cartas trocadas entre eles. Segundo o Washington Post, em fevereiro de 2019, afirmou mesmo “’Nós apaixonámo-nos’: Trump e Kim elogiam e acariciam egos no caminho para negociações nucleares”. Pode ver aqui.

Já quanto a líderes europeus os elogios de Trump vão para Viktor Orbán da Hungria que elogiou pela sua forte liderança e expressou apoio às suas políticas.

Estas relações têm sido frequentemente controversas, porque tem havido críticos a argumentarem que a admiração de Trump por estes líderes mina os valores e normas das democracias liberais sobretudo dos EUA. No entanto Trump e os seus apoiantes argumentam que estas relações se baseiam no respeito mútuo e em interesses estratégicos. Quanto a outros, como o líder do país que foi invadido por um dos seus amigos, Putin, esse respeito mútuo não aconteceu. Na Sala Oval Donald Trump e o seu cão de fila JD Vance receberam Vladimir Zelensky que foi por eles humilhado. Abaixo podem ver vídeos sobre o que se passou na Sala Oval e de um congressista a comentar o facto.

 

A afinidade de Donald Trump com figuras autoritárias ficou bem estabelecida durante o seu primeiro mandato.  Gabava-se dos seus relacionamentos com pessoas como o ditador norte-coreano Kim Jong Un e o presidente russo Vladimir Putin. Mais ainda, para este desnaturado que ocupa um dos mais importantes lugares do Mundo

não nos podemos esquecer que chamava aos seus inimigos políticos “vermes”, uma palavra que soa a ditadores fascistas como Adolf Hitler e Benito Mussolini. Para os planos do segundo mandato os aliados de Trump afirmavam que derrubariam as normas do governo. É o que está a acontecer.

Trump, em dezembro de 2023, elogiava Kim Jong Un e citava Vladimir Putin enquanto concorria à presidência com a promessa de governar como ditador por um dia ameaçando a democracia americana. Há muito que expressa respeito pelos líderes autoritários e pelo poder que eles exercem. A prometida vingança, durante a campanha, pela perseguição que acredita ter sofrido quando perdeu as eleições após o primeiro mandato, levou-o a delinear uma agenda neste segundo mandato marcada por uma expansão sem precedentes do poder executivo, interferência incomparável no sistema de justiça e um expurgo maciço de funcionários públicos. Trump e “o seu governo estão a seguir com ações ilegais e inconstitucionais que ameaçam diretamente a segurança económica, pessoal e nacional dos americanos”, que pode ler aqui.

Segundo a congressista McCallun “A enxurrada de ordens executivas inconstitucionais de Trump e memorandos emitidos tornam a América mais fraca e menos segura. Eles estão a aumentar os custos da saúde, habitação e mantimentos em todo o país”.

Em relação à reunião a mesma congressista McCollum fez uma declaração sobre “a conduta vergonhosa do presidente Trump e do vice-presidente Vance em relação ao presidente Zelenskyy” que pode ler aqui.

As consequências para a paz na Europa derivadas das relações de amizade entre Donald Trump e Vladimir Putin geram preocupações significativas.  A sua divisa “América Primeiro” (os MAGA) e a sua admiração por líderes autoritários, como Putin, têm levantado dúvidas sobre o compromisso dos EUA com alianças tradicionais, como a NATO.

Recentemente, Trump prometeu negociar diretamente com Putin para terminar com a guerra na Ucrânia, mas excluiu os líderes europeus nessas discussões. Foi uma espécie de “golpe” de traição à União Europeia um dos maiores apoiantes da Ucrânia. O seu objetivo talvez seja o de enfraquecer a posição da Europa como um bloco económico e geopolítico relevante. Ponto de vista há muito coincidente entre Putin e Trump.

Uma outra consequência da relação entre Trump e Putin tem reforçado a necessidade de autossuficiência militar na Europa a fim da preservação das soberanias e a segurança dos países face às possíveis mudanças na política externa dos EUA.

Alguns hipócritas pacifistas dizem que o recurso ao armamento é uma condição para a guerra. Ou são ingénuos, ou acham que, nas atuais circunstâncias, provadas pela invasão da Ucrânia, deveriam ser dadas hipóteses para a invasão de países soberanos pelo mesmo ou outro potencial invasor.

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