A vítima somos nós e não o senhor primeiro-ministro
A propósito da costumeira vitimização, perseguição dos media, como Montenegro escreveu numa rede social, ou não sabemos se de doutros inimigos invisíveis. À falta de argumentos, a tática é dizer que estamos a ser injustiçados e vítimas de cabalas justificando de ânimo leve o injustificável, fugir a dar respostas a perguntas essenciais e evitar justificar erros cometidos.
Não pertenço à área política e ideológica do PSD, mas tinha um certo apresso por Luís Montenegro porque me pareceu uma pessoa confiável e honestas apesar de alguns ministros do seu Governo serem polémicos.
Luís Montenegro já fez de tudo para evitar esclarecimentos sobre o caso que o persegue. Arranjou uma tábua de salvação, a moção de confiança, para fazer cair sobre a oposição o ónus da culpa e evitar a CPI.
Castro Almeida, Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, disse ontem que o primeiro-ministro vai responder às perguntas antes de terça-feira. E desafia o PS a retirar a comissão de inquérito caso esteja “satisfeito” com as respostas. Contudo o porta-vozes do Governo dizem que não retiram a moção de confiança. Tenho dúvidas sobre quem, afinal, pretende instabilidade política e levar o país para eleições.
Luís Montenegro, prepara-se, por sua culpa, para ver o seu Governo cair, no Parlamento no dia em que será votada a moção de confiança que decidiu apresentar e cujo chumbo já foi anunciado pelo PS e pelo Chega. Mas Luís Montenegro, ao mesmo tempo, afirmou que continuará a liderar o PSD nas eleições legislativas antecipadas. Pretende aproveitar os benefícios de duas coisas diferentes. A expressão geralmente é traduzida literalmente, como “o melhor de dois mundos” aproveitar os benefícios de duas coisas diferentes, culpara a oposição pela queda do Governo e ao mesmo tempo livrar-se da comissão parlamentar de inquérito depois de ter andado mais de duas semanas a enrolar-se numa teia de suspeições.
Se Luís Montenegro se dispuser a ir a eleições para reforçar um possível novo mandato como primeiro-ministro vai ser usado pelos partidos na oposição para o combate político.