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A propósito do PS querer secar o Bloco de Esquerda e o PCP

03.11.21 | Manuel_AR

Daniel Oliveira e PS.png

A propósito, e mais uma vez, do chumbo do Orçamento de Estado para 2022 pelas esquerdas radicais, Daniel Oliveira, ex-Bloco de Esquerda de que foi um dos fundadoresn e do qual abandonou a militância, sendo hoje independente afirmou no programa "Sem Moderação" que o PS deseja a perda de força da Esquerda para virar ao centro e aniquilar a sua ala mais progressista.

Segundo Daniel Oliveira o chumbo do orçamento foi perpetrado por aqueles que agora dizem que a culpa foi de quem o queria aprovar, isto é, o PS. Isto parece algo como se alguém partisse um copo que estava na mesa e depois viesse desculpar-se dizendo que a culpa foi de quem colocou o copo na mesa.

Mas, afinal, quem poderia aceitar as propostas do BE e do PCP para alteração do O.E. que iriam colocar novamente Portugal no fio da navalha orçamental, dando passos mais compridos do que a perna.

Daniel Oliveira afina o seu diapasão com Catarina Martins e com Francisco Louçã e arroja dizer que “Há uma parte do PS que quer secar o Bloco de Esquerda e o PCP, e isso é por causa do próprio PS”. E que “Há uma parte que vê grande vantagem nisto", para virar o PS ao centro. Talvez até não fosse mau de todo, mesmo os que são de esquerda começam a estar fartos especialmenet do BE. Os que ainda seguem as teses do BE no que se refere ao chumbo O.E. ou são os seguidistas a todos o custo e os sectários.

A política é uma ciência social recente não exata, baseia-se nas probabilidades não quantitativas dos  acontecimentos, a não sere em sondagens. Procede à análise dos fenómenos que impliquem a existência de poder político, ou seja, dos fenómenos que impliquem a capacidade de influenciar os indivíduos. Para tal tenta explicações prováveis mais ou menos fundamentadas, por meio de estudos, observações e experimentações, esta última difícil de executar em ciência política.

Sobre política o que nos chega, a nós, leigos, não são os resultados de investigações sistemáticas e metodológicas, são apenas comentários e opiniões transformadas em hipóteses não comprovadas empiricamente, e as intervenções de políticos, essas, conforme as ocasiões do tempo político.  

Deste modo, quando se dão opiniões ou se escrevem comentários sobre política, mesmo os que estão nos seus meandros baseiam-se nas informações que têm e em decisões aproximadas tendo em conta factos, experiências anteriores e informações obtidas nos momentos.

Voltando ao propósito de Daniel Oliveira é interessante analisar a sua análise doa acontecimentos políticos que estão implícitos na sua afirmação de que "a radicalização da Direita facilita" o processo, ao mesmo tempo que a "perda de força do Bloco de Esquerda e do PCP libertam o voto para a extrema-Direita". Esta afirmação causa-me alguma perplexidade. Então se o BE e o PCP perdem força a consequência é o voto ser libertado para a extrema-direita? Mas os votos libertados de onde e de quem vão para a extrema-direita?  

E mais, teorizou ele, "Dá-se uma inclinação total do sistema político para a Direita por falta de força da Esquerda, e isto tem a ver com lutas internas no PS."

Alguém por aí me ajude a perceber!