A Fartura
Qualquer dicionário apresenta mais do que um sinónimo para fartura. Em culinária é uma espécie é uma massa frita em espiral e polvilhada com canela e açúcar muito apreciada e normalmente vendida nas barracas das feiras. Outra tem o significado de abundância. Outra ainda é o de estar farto. Sim, é este tipo de fartura que os portugueses sentem quando os senhores do governo, mandatários, correligionários, comentadores e afins, atrelados às ideias do governo, tentam passar para o povo um chorrilho de chavões amedrontadores para no dia seguinte desdizerem, por palavras confusas, o que anteriormente disseram.
Voltámos aos discursos em que se aplicam à solta palavras como banca rota, perda de soberania, não há dinheiro para pagar ordenados na função pública, nem para pensões, os credores exigem, etc., etc..Tudo isto para se justificarem ao imporem condições gravosas, apenas para alguns, as medidas que tencionariam tomar mesmo sem "troika". Serve-lhes o discurso consoante a ocasião. É como a do segundo resgate. Num dia estamos à beira do segundo resgate, na semana seguinte nem pensar, não haverá segundo resgate.
A questão da banca rota é um chavão para amedrontar. Pensemos apenas no que aconteceria se tal acontecesse. A Europa do euro bem poderia começar a preparar-se para o pior. Vejam o que aconteceu com a Grécia, essa que estava já no patamar da total rotura financeira. Vieram todos a acudir para a salvar. Imaginem a possibilidade de caos que se geraria em que ninguém pagava ninguém...
Ser de direita não significa estar contra o estado social ou até optar por destruí-lo como este governo tem feito e se propõe continuar a fazer embora lance para a opinião pública a ideia de que não é assim. Estado Social e direita não são incompatíveis desde que se verifique desenvolvimento económico.
O mal não está na direita mas na conceção que a direita radical infiltrada no PSD que se encontra no governo, apoiada pelo CDS, com Passos Coelho como cabeça mandada, que tem o objetivo, não de fazer reformas inteligentes, mas de destruir o Estado Social.
O que Passos Coelhos e o seu bando de terroristas sociais e incompetentes do governo pretende é que a riqueza do país seja canalizada para uma elite económica e financeira que se pretende apropriar de grande parte das receitas do estado para benefício próprio. Esta é a direita com a qual se deve estar contra. Veja-se o caso da apetência pela saúde, caso dos seguros de saúde e pelas poupanças das contribuições para a reforma que em parte se prevê poderem vir a ser privatizadas.
Esta não é, como se afirma, a direita da liberdade de investimento, que cria postos de trabalho e riqueza e estimula a poupança . Esta é a direita do saque, do salve-se quem puder, que quer transformar Portugal num país sem lei, e sem rei nem roque, onde vale tudo. É a direita radical de odor totalitário que pretende até interferir na liberdade dos cidadão ao decidir quem deve ou não ter direito e define qual o valor com o qual acha que devem receber para viver. Veja-se o caso das pensões de sobrevivência. É um governo da direita radical que aplica o velho estilo soviético.
Este governo é uma instituição de venda a retalho de medidas anunciadas aos poucos e sem consistência que faz lançar para opinião pública parte de medidas gravosas para, depois, ao desdizê-las, poder afirmar que, afinal, não era bem assim... Não era tão mau como parecia. Vejam-se as declarações de Paulo Portas.
Para os portuguese este governo é uma FARTURA.