A cenoura e as eleições
O desespero pela previsível perda das eleições legislativas leva Passos Coelho a fazer intervenções caricatas. Num jantar conferência no concelho de Leiria em mais uma iniciativa eleitoralista, questionado por um presente sobre o reajustamento do Estado, Passos adiantou uma frase excecional dizendo que "O Estado emagreceu e emagreceu consideravelmente em múltiplos aspetos, mas precisa ainda de emagrecer um bocadinho mais, embora agora de uma forma mais inteligente". Isto quer dizer que, segundo Passos Coelho, até hoje o emagrecimento do Estado foi feito de forma menos inteligente, mas que a partir de agora é que vai ser feito de forma mais inteligente.
O Governo em funções encontra-se mais preocupado com ações e tomadas de decisão eleitoralistas do que em resolver problemas do país.
Tendo em vista as eleições Passos Coelho, pavoneando-se por todo o lado, tenta mostrar, sem o conseguir, que é um primeiro-ministro humanista dum país em crescimento e sem problemas. Ele ainda não se convenceu que estamos fartos dele e de o ver e ouvir nos ecrãs das televisões.
Continua a fazer dos portugueses parvos e alarves e mostra-o fazendo com que o seu Governo volte atrás com decisões tomadas anteriormente. Veja-se o caso do corte nas horas extraordinárias, tão combatidos pelos sindicatos e em que o Governo recua numa medida que era então justificada como sendo boa para o emprego e para a competitividade das empresas. Claro que, como seria de esperar, os representantes das entidades patronais reagiram negativamente à medida. Não está em causa a medida não ser boa, mas o de ser mais uma cenoura que o Governo acena aos trabalhadores para obter mais uns votinhos levando-os a pensar que foi em defesa dos seus interesses que a medida foi tomada. Ilusionismo eleitoral!
O Governo que segue que se amanhe.