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O nevoeiro que avassala o PSD, que tem sido manifesto nas declarações do seu líder Passos Coelho, é confrangedor. Não avançando com qualquer medida concreta para as reformas e especificamente a da Segurança Social em junho de 2016 vai argumentando que os sociais-democratas não querem contribuir para “inquinar o debate desde já”, o presidente do PSD disse ainda que a reforma da Segurança Social está a ser feita sem transparência.
Se estaria ou não com boas intenções não sabemos, apenas sabemos que, uma mudança radical da sua posição sobre o tema levanta à partida suspeitas visto poderrmos considerar que está a falar para um eleitorado que, entretanto, perdeu.
A 30 de abril disse em Arganil, “que esta maioria não sabe conviver com quem não seja obediente, que não seja concordante com o poder vigente. Uma democracia precisa de pesos e contrapesos, de uma avaliação de práticas que sejam transparentes, do respeito pelas instituições. Quando isso não acontece, a democracia passa a ser limitada”. Mais acrescentou noutra altura que o processo da reforma da Segurança Social não está a ser transparente, mas o facto é que a comunicação social tem dado bem conta disso. Não merece comentário, basta perguntar: e, então o que fez quando estava em maioria absoluta no governo?
O dr. Passos Coelho tem dificuldade em sair do discurso de cangalheiro que é aquele discurso de circunstância que se faz quando não há nada para dizer e são críticas que “não são feitas à essência das opções, mas sim a situações colaterais”.
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, abordou o assunto à margem do congresso nacional da Economia Social, que se realizou na Póvoa de Varzim, lembrando que o Programa Nacional de Reformas, que depois de aprovado o ano passado tem este ano uma primeira revisão, “não sofreu alterações nos seus aspetos fundamentais”. Não foi o que Passos tinha dito antes?
Segundo andamento:
"Este Governo e esta maioria têm um único cimento, que foi repor rendimentos. O nosso problema não é repor rendimentos, é repô-los ao ritmo que não ponha em causa o equilíbrio de que precisamos para não voltar atrás", sustentou. O líder do PSD acrescentou que "o único cimento que esta maioria teve foi para reverter reformas estruturais importantes que se tinham feito".
Compreendi-te!
O líder social-democrata disse que os "Governos governam para o país, não governam para os seus eleitores nem para os militantes dos seus partidos" e "os países não podem ficar capturados por um determinado Governo ou maioria".
Parece que o anterior governo não era maioria e de que não estivemos reféns!
"Faz retaliação e a retaliação é um retrocesso democrático insuportável na época e que vivemos", afirmou.
Estou enganado. Ninguém foi retaliado democraticamente durante a maioria de direita.
"É preciso combater esta ilusão que se está a tentar criar de que os problemas estão resolvidos e que o que aconteceu em 2011 foi o resultado de uma conjuntura externa muito adversa e que não tem nada a ver com problemas estruturais que o país tenha"
Se bem me lembro este não era o discurso pré-eleitoral daquela época?
Terceiro andamento: reminiscência do passado, já lá vai quase um ano
O título deste post, “Dó Maior” não se trata da nota da escala musical mas do nome masculino “dó” que significa compaixão, piedade pelas atitudes da direita neoliberal do PSD e das suas juventudes que sofrem duma incultura histórica e política agravada.
Esta cultura da ignorância implica que o perfil cultural dos elementos dum partido político e dos seus satélites das juventudes partidárias, não é algo que possa ser considerado constante a partir dum qualquer curso ou de uma medida temporal localizada. Não se reduz aos níveis de escolaridade formal atingidos e não é encarado como qualquer coisa que se obtém num determinado momento e válido para todo o sempre.
A estas premissas acresce que a capacidade para desenvolver potencialidades e participar ativamente na sociedade tem de ser visto no quadro de níveis de exigências sociais em determinado momento para um bom desempenho de funções sociais diversificadas que corresponda ao exercício da atividade política.
Neste contexto é manifesta a ignorância da montagem das imagens que em certas ocasiões a JSD faz proliferar que revelam confusão histórica e política, certamente premeditada. E, o que é mais grave ainda, têm a finalidade de confundir e amedrontar utilizando métodos idênticos aos já bem conhecidos utilizados no tempo do fascismo e das ditaduras idênticas às da Coreia do Norte.
Para estas juventudes politicamente formatadas, cultural e mentalmente alienadas, não podemos esperar, no futuro, nada de bom, ainda que Passos Coelho nos seus tempos de governação tenha sugerido várias vezes que, ao tomar medidas contra a grande maioria do povo, estava a pensar no futuro das novas gerações. Gerações como estas da JSD, geradas no casulo dum PSD cada vez mais neoliberal e radical, apesar do golpe de rins que nos últimos meses tem feito! Esperemos que, por isso, não venham a ter uma entorse de coluna.
Sobre a máquina da ignorância, digo eu, da incultura histórica, ao serviço da política Pacheco Pereira escreveu em tempo um artigo no jornal Público sobre o financiamento a algumas escola privadas, que vale a pena ser lido, e onde, a certa altura, escreve: “É de um ridículo atroz dizer que o cancelamento de alguns contratos com colégios privados, — que são negócios legítimos, mas negócios, — tem alguma coisa a ver com o estalinismo.”.
A Mulher Maravilha das finanças, Maria Luís Albuquerque, para além do mais, é descarada, e está a pretender esconder duas realidades: a do país que se tem vindo a firmar positiva, embora não tanto quanto seria preciso; e a sua própria realidade que é a mesma do líder do seu partido que governou quatro anos e meio que diz que tudo o que está a acontecer agora a ele é devido. Pois é, tudo o que está a acontecer a Portugal também foi devido a D. Sebastião se ter perdido lá por Marrocos e, passados quarenta anos, se ter dado a revolução de 1640.
Para a Mulher Maravilha de portuguesa “No crescimento, na consolidação e na confiança 2016 foi um ano perdido”. Ninguém duvide do que ela diz, é, por isso, que é uma super-heroína. Continuamos é a não saber o que faria para que tanto mal se transformasse num bem idealizado pela sua realidade.
Em 21 de setembro de 2012 “Passos Coelho não excluiu hoje no Parlamento a hipótese do Governo vir a privatizar a Caixa Geral de Depósitos”, escrevia o jornal Diário de Notícias.
O meu subconsciente trouxe-me para a memória recente a segunda volta das eleições francesas e Marine Le Pen, quando alterou parcialmente o seu discurso radical de extrema direita, adoçando-o com alguns pacotes de açúcar mais liberais no que se refere, pelo menos, ao refendo sobre a saída da União Europeia e outras “bêtises” calamitosas para os franceses e não só…
Atenção a todos o que se atrevam a comentar positivamente a política económica do atual Governo e os seus resultados, fiquem sabendo que não estão habilitados a tal. Apenas instituições nacionais e internacionais e europeias, independentes e iluminadas se podem dar a essa magnificência, embora saibamos que são políticas, mas Maria Luís Albuquerque quer dar a entender que são independentes.
Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, veja lá se tem tento, porque isso de falar sobre a economia do país não é para si, aliás, nem devia falar em nada do que se passa no país, porque o Senhor não tem competência, tá a ver!? O senhor não deve falar em nada, deve ficar lá no seu buraquinho caladinho e, quando falar, deve fazê-lo criticando, apenas, e só, o Governo. Está é uma das formas como podemos interpretar o que Maria Luís Albuquerque, Mulher Maravilha e girassol da economia e finanças, disse numa entrevista. Tal como o girassol ela é um heliotrópico (segue o movimento do sol) que indica o seu caráter solar de esplendor derivado da forma radiada da flor, aplicado às finanças e à economia.
Lamentável a prosápia desta senhora quando, em entrevista em 2016 ao jornal de Negócio, de direita, “critica o modelo económico que está a ser seguido pelo atual Governo, baseado no consumo interno. “O modelo económico não funciona” e “já tinha sido demonstrado no passado”. “O erro deste modelo não é matéria sujeita a opinião. Estamos a falar de factos”.
Agora que parece estar a funcionar mantém-se na dela juntamente com o seu grande amigo líder do ex-governo em que participou.
No Olimpo dos deuses da economia e das finanças só alguns tecnocratas de direita podem penetrar porque só a eles pertencem as verdades absolutas, inflexíveis, invariáveis e inalteráveis. Maria Luís acrescenta maior esplendor ao seu prestígio com a auréola da candidatura pelo PSD à Assembleia Municipal de Setúbal. O seu esplendor não a irá abandonar!
João Miguel Tavares escreveu no jornal Público que acha “comovente que tanta gente de esquerda se espante com o posicionamento do Bloco e do PCP nestas presidenciais francesas, por se recusarem a apoiar, à imagem de Jean-Luc Mélenchon, Emmanuel Macron contra Marine Le Pen comovente que tanta gente de esquerda se espante com o posicionamento do Bloco e do PCP nestas presidenciais francesas, por se recusarem a apoiar, à imagem de Jean-Luc Mélenchon, Emmanuel Macron contra Marine Le Pen”. Também eu me comovo com o que ele, de forma cínica, escreve. Ele é como um cínico picador de toiros que gosta do animal, mas pica-o para o enraivecer para que a lide seja mais conseguida para o toureiro.
Pretende acicatar o PCP e o BE para que, aqui dentro, aqui em Portugal, e contra António Costa e o seu Governo, ajam com o espírito revolucionário, desestabilizador e extremado que, para ele, deveria ser peculiar. A Miguel Tavares assoma desejos não explicitamente manifestos, de desestabilização da solução governativa apoiada parlamentarmente pela esquerda. Assume-se como sendo um grande educador virtual daqueles dois partidos que, para ele, deveriam ser preferencialmente mais revolucionários cá dentro como o são quando olham para a política internacional.
Por estas, e por outras, é que ainda fico mais comovido quando leio artigos de opinião e comentários provenientes de fontes que se situam entre a extrema-direita, que se diz não existir em Portugal, e a direita dos autointitulados liberais.
O PCP e o BE, ao darem apoio parlamentar ao Governo, passaram a ser para Miguel Tavares, e para a direita, uma espécie de dentes do siso que lhe nasceram na dentadura e já se encontram cariados, e lhe doem muito, mas estão a custar-lhe a arrancar.
No momento em que decorreram eleições em França (primeira volta), e está a decorrer a campanha eleitoral para a segunda volta o que tenho visto e lido vai no sentido de a direita, cá dentro, através dos seus artigos e comentários, não se pronunciar claramente sobre os candidatos em presença. Se, por um lado, fazem criticas moderadas a Macron, já quanto a Le Pen há “nins” que sobram. A suas manifestações públicas, quando são de oposição a Le Pen são contidas, palavras muito escolhidas para não assustar potenciais fãs. Assim como os liberais da direita portuguesa quando da eleição de Trump foram de crítica contida, moderada. Vamos ver o que dirão sobre a tomada de posição de Obama ao apoiar Macron nas eleições francesas. É claro o “namoro” ideológico entre Le Pen e Trump.
Em Portugal a direita e os seus liberais, e a extrema-direita que anda por lá diluída, têm vestido até hoje peles de cordeiro. Será que os radicais, neste caso a extrema-direita de Le Pen, se porventura chegasse ao poder, deixaria de o ser, ou faria o que fez Erdogan na Turquia?