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Caro Camilo Lourenço não me leve a mal esta crítica que nada tem de pessoal. Apesar de ser um cidadão comum, sem visibilidade pública, também me acho no direito de dizer o que penso como muitos que por aí proliferam e esgrimem os maiores argumentos e disparates para iludir o “povaréu”, designação já atribuída por Medina Carreira à maioria esmagadora dos portugueses.
O neoliberal Camilo Lourenço e apoiante incondicional das políticas de Passos Coelho e deste Governo, fez publicar um novo livro, desta vez e do meu ponto de vista, pior do que o anterior. “Saiam da frente” são meia dúzia de ideias feitas baseada em argumentos discutíveis que, certamente, seriam rebatidos por qualquer deles. São ideias alinhavadas à pressa, plenas de pré juízos, sobre os que estão contra este Governo e se opõem a Passos Coelho e à sua trupe circense.
Não sei o que entende por mudar mentalidades. Mudar mentalidades é um conceito que é social e psicologicamente muito vasto e carece de definição e delimitação que é uma das coisas que deveria constar no esboço que escreveu. Mudar para melhor é outro conceito subjetivo e vago de sentido. Será que mudarmos para melhor é insistir em apoiar este Governo de um Passos Coelho desclassificado enquanto governante e nas suas medidas falhadas sem qualquer espécie de equidade. Quem é que insiste em condicionar o rumo de Portugal a uma política sem futuro onde apenas alguns, muito poucos, têm sido de modo oportuno salvos da crise como se verificou até aqui.
O título do livro, e porque estamos a falar de figuras públicas da democracia portuguesa, soa-me a qualquer coisa como banir, ostracizar, desterrar, desaparecer, o que nos permite supor algo sobre o pensamento do autor sobre o que deve ser a democracia.
E por que não Camilo Lourenço poupar a maioria dos portugueses aos seus remoques sobre todos quantos criticam o governo e deixar de os intoxicar com os seus comentários e análises medíocres e dejà vue. Encontrou uma mina de ganhar dinheiro e agora é vê-lo, ninguém escapa à sua fúria manifesta pelas fotografias do friso do livro, ao constatar que a expectativa que tinha com este Governo está a ser frustrada devido à incompetência que dele emana colocando todas as culpas no passado e já agora, em alguns no presente.
Não vivemos do passado, aliás, a história não lhe diz nada ao senhor Camilo Lourenço como já um dia afirmou. Vivemos do presente e do futuro que têm que ser melhorados. Devo recordar ao senhor Camilo Lourenço que ser de direita não é apoiar, a qualquer preço, um governo que governe mal e incompetente, por mais liberal que se seja. Apesar de tudo acho que deve continuar até ao fim da legislatura para mostrar o que vale e para demonstrar qualitativa e quantitativamente que tudo quanto fez esteve certo. Camilo Lourenço esquece-se, por conveniência, que o PSD e o CDS estavam há muito com a mira assestada no poder a qualquer custo para o compartilharem com as suas clientelas o que também tem conduzido à desgraça de Portugal. Recordo também que para isso quer o PSD quer o CDS deveriam ficar gratos à esquerda mais radical que os ajudaram a apanhar o poder.
Para o ajustamento a política deste Governo não tocou em privilégios instalados no aparelho de Estado e seus satélites e ainda os aumentou.
Já agora, parafraseando o livro que alinhavou, suponho que à pressa para sair na altura do natal, gostaria de colocar também um friso de alguns elementos, não só do Governo, que a maioria dos portugueses gostaria que lhe saíssem da frente, não no sentido de os ostracizar mas no sentido literal, porque estão sempre a tropeçar neles e já estão fartos de cair. É que já não há paciência.
Para este Governo vale tudo, neste caso mais uma do Ministério de Nuno Crato. Os alunos do ensino recorrente que já se encontram no segundo ano da universidade vão ter que fazer exames.
Segundo a TSF o regime jurídico em vigor permitia aos alunos do ensino recorrente acederem à universidade sem terem de realizar os exames nacionais obrigatórios no ensino normal com a média interna sem terem de realizar os exames nacionais obrigatórios no ensino normal vigorou durante seis anos. Para acabar com as desigualdades, até então legais, Nuno Crato decidiu fazê-lo a meio do ano letivo, sem acautelar um regime transitório.
De acordo com opiniões de advogados a decisão tomada a meio do ano letivo fere princípios constitucionais.
É extraordinário que, para os rapazolas do Governo, nesta e em outras situações, vale tudo. Para eles não existe Estado de direito, mas quando é para sua vantagem utilizam-no nos seus discursos falaciosos.
Os portugueses estão a gastar mais do que o ano passado no mesmo período, cerca de 0,6% a mais. O discurso do Governo é uma espécie de canto da sereia que vai no sentido de proclamar publicamente o milagre do crescimento económico e criar expectativas nos portugueses para que, mais libertos, consumam. Anda toda a gente mais eufórica consumindo acreditando nas expectativas mais do que otimistas do Governo. Se assim for, no primeiro trimestre do ano que vem os dados macroeconómicos podem vir a mostrar que as medidas do Governo estavam certas e tiveram a sua virtude.
Alguns portugueses estão a participar numa ilusão do tipo espetáculo circense que o ilusionista/prestidigitador Paulo Portas está a oferecer apoiado pelo partener Passos Coelho. Todavia é bom que todos nos acautelemos porque, da mesma forma que temos sido enganados até aqui, o mesmo poderá acontecer no próximo e haja novas medidas inesperadas e inadiáveis de austeridade sem aviso prévio e sem rede que, segundo eles, será culpa sabe-se lá de quem.
Portanto, e com base em experiências anteriores, é bom que estejamos alerta que, com estes senhores nunca é demais.
As fotografias que tirei no dia 4 de dezembro de 2013 pelas 16 horas no decurso das minhas deambulações por Lisboa mostram um rosto do verdadeiro Portugal que contrasta com a exibição de luxo.
É possível repousar em Portugal tendo como abrigo as montras da luxuosa marca PRADA sem nada pagar. O espaço PRADA abriu em Lisboa em junho de 2010 e tem as suas instalações na Av. da Liberdade 206-210. É umadas mais caras e luxosas loja de moda a quem apenas alguns, muito poucos, têm acesso. É, dizem outros, um orgulho para a capital ter lojas de luxo como esta entre outras que proliferam naquela avenida.
Angolanos, chineses e outros estrangeiros, mas também alguns portugueses endinheirados, são os clientes mais frequentes. Entre os portugueses haverá, por acaso, alguns que se endividam para mostrar aos amigos e amigas as suas compras na PRADA.
Num país como Portugal, onde a pobreza tem proliferado há os que aproveitam para repousar por debaixo do nome PRADA o que não é para todos, mas "O Diabo Veste PRADA".
Tenho um enorme respeito pelo Banco Alimentar contra a Fome e pela obra desenvolvida e muitas vezes tenho contribuído quando e conforme posso. Deste modo, tudo quanto venha a dizer a seguir trata-se apenas de um comentário ao artigo de opinião de Henrique Raposo intitulado “O Banco Alimentar e o Ódio” publicado no jornal Expresso de 7 dezembro último e em nada tem a ver com a minha posição sobre