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Nuno Magalhães chefe, ou líder como queiram chamar, da bancada parlamentar do CDS/PP disse, e passo a citar, que “Era importante que o PS tivesse o mesmo sentido de compromisso, o mesmo sentido de responsabilidade e de Estado que a UGT e os eu secretário-geral, João Proença”. Estamos mesmo a ver o porquê deste elogio a uma organização sindical e ao seu secretário-geral. Como todos sabemos, a UGT tem validado a maior parte das medidas prejudiciais ao mundo do trabalho propostas pelo governo. A postura do seu secretário-geral parece ser mais a de um empresário a defender os seus interesses do que um representante dos trabalhadores.
Se a CGTP tende a radicalizar posições opondo-se sempre a toda e quaisquer alterações e medidas sobre a área do trabalho, rompendo todo e qualquer diálogo, por vezes sem quaisquer justificações válidas, a UGT, por seu lado, aprova/”negoceia” tudo o que sejam propostas que venham do executivo com a alegação de que são as menos gravosas para os trabalhadores, muitas das vezes com o consentimento tácito do PS.
Não é por acaso que o governo quer “segurar” a UGT. Esta tem um peso que é meramente político e porque a CGTP coloca-se sempre fora, algumas vezes bem, das negociações.
Mas, numa apreciação mais objetiva, a UGT representava em 2010 apenas 2,2% dos trabalhadores do sector privado num conjunto superior a mais de 3 milhões de pessoas no ativo, de acordo com estudo efetuado pela Industrial Relations in Europe 2010 da Comissão Europeia.
Para termos uma ideia do que significam 2,2% dos trabalhadores daquele universo, podemos afirmar que esta percentagem corresponde aproximadamente a 70 mil sindicalizados, o que quer dizer que o Estádio da Luz daria para receber a quase totalidade de toda a UGT, ficando apenas de fora 5 mil pessoas. Por estimativa, em 2012 aquele número será ainda menor. Este é um caso concreto da representatividade da UGT no mundo do trabalho.
Uma das causas por que nos retiram dinheiro e aumentam os impostos e nos obrigam à austeridade não é aquela de que acusam os portugueses de viverem acima das suas possibilidades. Se é verdade que haverá alguns a que se ajustam essas acusações, a minha forte convicção é de que a grande maioria não se encontra nesses grupo de gastadores e perdulários como nos apelidaram tantas vezes políticos e comentadores da área deste governo.
Estes senhores fazem passar a mensagem de que é necessário austeridade e reduzir e retirar salários, acabar com tudo o que sejam despesas sociais, como o serviço nacional de saúde e fazem-nos crer que ainda vão retirar mais porque vai ser necessários arranjarem mais de 4 mil milhões de euros a retirar das despesas Estado, leia-se, mais reduções de salários e subsídios e cortes em áreas sociais.
O curioso é que após a emissão daquela reportagem outros órgãos da comunicação social, nomeadamente a imprensa, não se dispusessem a continuar a investigação e a divulgassem. Explorar. Porque será? Depois dizem que nós somos desconfiados. Pudera!
Graças ao Jornal i de hoje lemos um artigo de opinião bem revelador. Segundo aquele artigo, cujo título é “Inclassificáveis desmandos”, vejam só quanto nos custa a nós, contribuintes, tais desmandos, cujo valor total é cerca de onda 7 mil milhões de euros, que a seguir transcrevo, e cujo total é cerca do dobro do valor que o governo ainda precisa de arranjar em 2013. Devo esclarecer que todo este processo começou com o anterior governo que enterrou dinheiro naquele banco, justificando que era para reduzir o risco sistémico, isto é, não se agravar a crise a outros bancos.
“Oliveira Costa, director do banco, fez empréstimos a si próprio de 15 milhões;
à filha Iolanda, de 3,4 milhões;
ao braço-direito, Luís Caprichoso, de um milhão.
Uma empresa de Duarte Lima (PSD) levantou 49 milhões;
o ex-dirigente do mesmo partido Arlindo Rui, 75 milhões;
Joaquim Coimbra (igualmente do PSD), 11 milhões;
Almerindo Duarte, 23 milhões.
No mundo do futebol, Aprígio dos Santos movimentou 140 milhões;
empresa ligada a Dias Loureiro, 90 milhões – dinheiro que, por haver sido nacionalizado o BPN, os contribuintes têm de pagar.
Só os juros anuais de um empréstimo de mais de 3 mil milhões atingem 200 milhões. Cerca de 500 importantes clientes recusam, entretanto, amortizar dívidas. Comissões parlamentares (duas), inquéritos policiais (20), processos judiciais (15 arguidos), não condenaram até agora ninguém.”.